HARPAGOSÍDEO: iridoide que tem sido utilizado para o tratamento de artrite reumatoide degenerativa, osteoartrite e tendinites

Harpagophytum procumbens (garra-do-diabo)

O Harpagosídeo é caracterizado como um glicosídeo iridóide , que é um produto da via do mevalonato presente no metabolismo de eucariotos, archaeas e algumas bactérias. Está presente em muitas plantas, entre elas, a Harpagophytum procumbens, conhecida popularmente como garra-do-diabo. Ela é amplamente utilizada como um remédio popular para tratar problemas reumáticos. Estudos subsequentes mostraram que os extratos da planta contendo este composto, têm boa atividade anti-inflamatória e analgésica. Uma avaliação de 15 estudos sobre a ação farmacológica do Harpagosídeo, concluiu que doses diárias de pelo menos 50 mg são eficazes no tratamento da artrite. Estudos clínicos confirmaram um aumento no alívio da dor em 60% dos pacientes com osteoartrite de quadril ou joelho.

Harpagosídeo

há séculos o povo khoisan, do sul da África, utiliza a garra-do-diabo para tratamento de vários problemas de saúde, como febre, desarranjos gastrointestinais e hipertensão. A planta é assim chamada no Brasil – e em outros idiomas – porque seu fruto contém inúmeros ganchos, que se grudam a animais, espalhando assim suas sementes. Em meados do século 20, vários estudos demonstraram que extratos feitos com tubérculos da espécie são efetivos para o tratamento de artrite reumatoide degenerativa, osteoartrite, tendinites, inflamações renais e doenças cardíacas.

Harpagosídeo

A molécula foi isolada em 1962 e, alguns anos depois, sua estrutura foi totalmente determinada. Atualmente, a molécula é utilizada em várias marcas de remédios fitoterápicos e alopáticos indicados para tratamento de quadros reumatológicos.

Espécies onde é encontrado o Harpagosídeo:

REINO	FAMÍLIA	ESPÉCIE
Plantae	Labiatae	Lamium spp.
Plantae	Pedaliaceae	Harpagophytum procumbens
Plantae	Scrophulariaceae	Oreosolen wattii
Plantae	Scrophulariaceae	Rehmannia glutinosa
Plantae	Scrophulariaceae	Scrophularia buergeriana
Plantae	Scrophulariaceae	Scrophularia dentata
Plantae	Scrophulariaceae	Scrophularia ningpoensis
Plantae	Scrophulariaceae	Scrophularia scorodonia

 

Referências Bibliográficas

Ahmed, B., Al-Rehaily, A. J., Al-Howiriny, T. A., El-Sayed, K. A., & Ahmad, M. S. (2003). Scropolioside-D2 and harpagoside-B: two new iridoid glycosides from Scrophularia deserti and their antidiabetic and antiinflammatory activity. Biological and Pharmaceutical Bulletin, 26(4), 462-467.

Chrubasik, S., Sporer, F., Dillmann-Marschner, R., Friedmann, A., & Wink, M. (2000). Physicochemical properties of harpagoside and its in vitro release from Harpagophytum procumbens extract tablets. Phytomedicine, 6(6), 469-473.

Dimitrova, P., Georgiev, M., Khan, M., & Ivanovska, N. (2013). Evaluation of Verbascum species and harpagoside in models of acute and chronic inflammation. Open Life Sciences, 8(2), 186-194.

Kaszkin, M., Beck, K. F., Koch, E., Erdelmeier, C., Kusch, S., Pfeilschifter, J., & Loew, D. (2004). Downregulation of iNOS expression in rat mesangial cells by special extracts of Harpagophytum procumbens derives from harpagoside-dependent and independent effects. Phytomedicine, 11(7-8), 585-595.

Lu, Y. W., Hao, R. J., Wei, Y. Y., & Yu, G. R. (2021). The protective effect of harpagoside on angiotensin II (Ang II)‐induced blood–brain barrier leakage in vitro. Phytotherapy Research, 35(11), 6241-6254.

Park, K. S. (2016). A systematic review on anti-inflammatory activity of harpagoside. Journal of Biochemistry and Molecular Biology Research, 2(3), 166-169.

Sun, X., Xiong, Z., Zhang, Y., Meng, Y., Xu, G., Xia, Z., ... & Hu, Y. (2012). Harpagoside attenuates MPTP/MPP+ induced dopaminergic neurodegeneration and movement disorder via elevating glial cell line‐derived neurotrophic factor. Journal of neurochemistry, 120(6), 1072-1083.