Peganum
harmala (arruda Síria)
Harmine é um alcaloide (uma substância psicoativa natural) que pertence a uma classe de compostos químicos conhecidos como beta-carbolinas. É encontrado em várias plantas, incluindo Banisteriopsis caapi, também conhecida como cipó Ayahuasca, e Peganum harmala, comumente conhecida como arruda síria.
Harmine
Origem: Peganum
harmala
Nome
químico (IUPAC: 7-methoxy-1-methyl-9H-pyrido[3,4-b]indole
Fórmula molecular: C13H12N2O
Harmine
O Harmine
tem uma longa história de uso na medicina tradicional e em rituais xamânicos em
culturas indígenas da América do Sul e do Oriente Médio. Tem sido usado há
séculos pelas culturas indígenas em rituais e cerimônias de cura. Na América do
Sul, é um componente chave da Ayahuasca, uma bebida poderosa usada para fins
espirituais e terapêuticos. Acredita-se que as cerimônias da Ayahuasca
facilitam a introspecção, a autodescoberta e a cura, induzindo estados
alterados de consciência. Acredita-se também, que o Harmine desempenhe um papel
significativo nos efeitos psicodélicos da Ayahuasca. No Oriente Médio, plantas
contendo Harmine, como a arruda síria, têm sido usadas na medicina tradicional
e em rituais religiosos. Tem sido usado no tratamento de várias doenças,
incluindo depressão, ansiedade e distúrbios gastrointestinais. Ele atua
principalmente como um inibidor reversível da monoamina oxidase A (MAO-A), uma enzima
responsável pela degradação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e
norepinefrina. Ao inibir a MAO-A, o harmine aumenta a disponibilidade desses
neurotransmissores no cérebro, levando a alterações na percepção, alterações de
humor e efeitos psicodélicos. Os efeitos do harmine podem variar dependendo da
dosagem e de fatores individuais. Alguns efeitos comumente relatados incluem:
Percepção
alterada: Harmine pode induzir alucinações visuais e auditivas,
distorções de tempo e espaço e percepção sensorial aprimorada.
Efeitos
emocionais e cognitivos: Os usuários podem experimentar emoções
intensas, introspecção e uma sensação de interconexão.
Experiências
Espirituais e Místicas: Harmine é frequentemente associado a
experiências espirituais e místicas, que podem ser profundas e transformadoras
para alguns indivíduos.
Potencial terapêutico: Alguns estudos sugerem que a harmina pode ter potencial terapêutico no tratamento da depressão, ansiedade e dependência. No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender completamente seus efeitos terapêuticos. Embora a pesquisas ainda estejam em andamento, aqui estão algumas das potenciais aplicações médicas da harmina:
Efeitos
antidepressivos: Harmine foi estudado por suas propriedades
antidepressivas. Atua no sistema de serotonina no cérebro, que está envolvido
na regulação do humor. Ao inibir a degradação da serotonina, a harmina pode
ajudar a aumentar os seus níveis, aliviando potencialmente os sintomas de
depressão.
Efeitos
neuroprotetores: ele exibe propriedades neuroprotetoras. Foi
estudado pelo seu potencial para proteger as células cerebrais de danos e
degeneração, o que pode ser benéfico no tratamento de doenças
neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Mais pesquisas são necessárias
para determinar a extensão dos efeitos neuroprotetores da harmina e suas
potenciais aplicações terapêuticas.
Propriedades
anti-inflamatórias: Harmina demonstrou efeitos anti-inflamatórios
em estudos pré-clínicos. A inflamação crónica está associada a várias doenças,
incluindo doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. As propriedades
anti-inflamatórias da harmina podem ter implicações potenciais para o
tratamento e prevenção destas condições.
Potencial
anticancerígeno: Alguns estudos investigaram as propriedades
anticancerígenas da harmina. Verificou-se que inibe o crescimento de certas
células cancerígenas e induz a morte celular em laboratório. No entanto, é
importante notar que estes estudos ainda estão em fase inicial, e são
necessárias mais pesquisas para determinar a potencial aplicação clínica da
harmina no tratamento do cancro.
Tratamento
de transtornos por uso de substâncias: ele tem sido explorado por
seu potencial no tratamento de transtornos por uso de substâncias, como
dependência de opioides e estimulantes. Pode desempenhar um papel na redução do
comportamento de procura de drogas e dos sintomas de abstinência.
É
crucial notar que embora a harmina se mostre promissora nestas áreas, são
necessárias mais pesquisas, incluindo ensaios clínicos, para validar a sua
eficácia e determinar a dosagem apropriada, administração e potenciais efeitos
secundários. Tal como acontece com qualquer potencial composto terapêutico, o
uso da harmina na medicina deve ser cuidadosamente avaliado e orientado por
profissionais de saúde.O Harmine é um composto natural encontrado em várias
espécies de plantas. Aqui estão algumas plantas conhecidas por conterem
harmina:
Banisteriopsis caapi: Também conhecida como “ayahuasca” ou “videira da alma”, a Banisteriopsis caapi é uma trepadeira nativa da floresta amazônica. É um ingrediente chave na tradicional bebida ayahuasca, usada em cerimônias espirituais e de cura. Ela contém harmina junto com outros compostos psicoativos.
Peganum
harmala: comumente conhecida como
"arruda síria" ou "harmal", é uma planta perene encontrada
no Oriente Médio, na região do Mediterrâneo e em partes da Ásia. As sementes de
Peganum harmala contêm harmina e outros alcalóides da harmala. Tem sido usado
na medicina tradicional e nas práticas culturais há séculos.
Passiflora
incarnata: comumente conhecida como “maracuja”.
Embora seja conhecido principalmente por seus efeitos calmantes e sedativos,
também contém vestígios de harmina, entre outros compostos. A passiflora é
frequentemente usada como remédio fitoterápico para ansiedade, insônia e
nervosismo.
Mimosa
tenuiflora: também conhecida como “jurema” ou
“tepezcohuite”, é uma árvore nativa do México e da América do Sul. A casca da
raiz da Mimosa tenuiflora contém harmina e outros alcaloides. Tem sido
usado na medicina tradicional por suas propriedades cicatrizantes e em diversas
práticas xamânicas.
Psychotria viridis: comumente conhecida como “chacruna”, é uma planta nativa da floresta amazônica. É uma das principais fontes do composto psicoativo dimetiltriptamina (DMT), que é frequentemente usado em conjunto com plantas que contêm harmina, como Banisteriopsis caapi, para criar a bebida ayahuasca.
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