ESPINHEIRA-SANTA: o emplastro de suas folhas é aplicada localmente no tratamento do câncer de pele

 

Nome científico: Maytenus ilicifolia  Martex Reissek.

Sinonímias: Maytenus ilicifolia fo. angustior Briq., Maytenus angustior Briq., Maytenus muelleri Schwaeke,Maytenus hassleri Briq., Maytenus pilcomayensis Briq., Celastrus spinifolium Larranaga .

Família: Celastraceae

Nomes populares: cancerosa, cancorosa, cancorosa-de-sete-espinho, cancrosa, congorça, coromilho-do-campo, espinheira-divina, espinheira-santa, espinho-de-deus, maiteno, salva-vidas, sombra-de-touro, erva-cancrosa, erva-santa.

Origem: O gênero Maytenus é Pantropical, concentrando na América do Sul o maior número de espécies.

Descrição botânica: árvore de pequeno porte ou arbusto grande, crescendo até no máximo 5 m de altura, dotada de copa arredondada e densa, nativa de regiões de altitude do sul do Brasil. Folhas coriáceas e brilhantes, com margens providas de espinhos pouco rígidos. Flores pequenas de cor amarelada. Os frutos são cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha, contendo 1-2 sementes de cor preta.

Parte da planta para uso: folhas e raízes.

Constituintes químicos: ácidos tânicos, clorogênico, maytenóico, salasperônico, salicílico, d-amirina, taninos (4'-metil epigalocatequina e seu epímero 4'-metil-ent-galocatequina), ansamacrólidos tipo maitanosídeos, glucosídeos, triterpenos quinóides e dímeros (maitensina, maitomprina, maitambutina, atropcango-rosina A, pristimerina, isopristemerina III, tingenona, isotingenona III, congoaronina, congorosina A e B, friedooleanan-5-en-3, b-29-diol D, friedooleanan-29-ol-3-ona D, ilicifolina, maitenina maitanbutina, maitolidina); diterpenos (dispermol, maitenoquinona), lactonas (maitanprina, maitansina), cafeína, polifenóis flavonóides (quercetínico e kaempferólico), substâncias nitrogenadas, carotenóides, óleo essencial, mucilagens, açúcares livres; sais minerais (ferro, enxofre, sódio, cálcio) e resinas; triterpernos friedelina, friedelanol, lupeol, lupenona, simiarenol, beta-amirina, beta-sitosterol, estigmasterol, campesterol, ergosterol, brassicasterol, a-tocofenol, esqualeno, ácido hexadecanóico, terpenóides (maitesina), maiteno, leucoantocianinas, pro antocianinas.


Formas de uso:
planta possui atributos ornamentais pela semelhança de suas folhas e frutos com o “azevinho” usado nas decorações de natal no hemisfério norte, tendo por esta razão sido introduzida no paisagismo. Sua grande utilidade, contudo, está na medicina caseira onde vem sendo empregada de longa data no tratamento de problemas estomacais (gastrite e úlceras). Na medicina tradicional é usada atualmente o emplastro de suas folhas aplicada localmente no tratamento do câncer de pele. O decocto de suas folhas é usado em lavagens para o mesmo tratamento. Ainda que usado no tratamento do câncer, seu uso mais popular é no tratamento de úlceras, indigestão, gastrites crônicas e dispepsia  

Indicações: gastrite crônica, gases, fermentações gastrintestinais, doenças da pele (acne, eczemas, ulcerações, herpes, afecção pruriginosas), moléstias do estômago, úlceras pépticas; males hepáticos e renais; azia, vômitos e digestão, irritações estomacais, atonia gástrica, hiperacidez, gastralgias; inflamação, vômito.

Observações:  não é recomendada para crianças, gestantes e lactantes. Evite o uso em caso de hipersensibilidade (detectada em um número reduzido de pessoas). Pode provocar contrações uterinas e reduzir a produção de leite nas mulheres.

Referências bibliográficas

COSTA, M. A. et al. Plantas e saúde: guia introdutório a fitoterapia. Brasília: Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 1992. p. 5-63.

HORTO DIDÁTICO UFSC: < https://hortodidatico.ufsc.br/ > Acesso em 03/03/2022

LORENZI, H. 1999. Árvores Brasileiras - vol.02. Instituto Plantarum, Nova Odessa - SP. 384 pp.

LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

PANIZZA, S. 1998. Plantas que curam (Cheiro de Mato) - 3ª edição. IBRASA, São Paulo.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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