SIRIÚBA: planta amazonense cujas folhas são consideradas afrodisíacas em infusão

 

Nome científico: Avicennia germinans (L.) L.

Sinonímias: Avicennia africana P.Beauv., Avicennia  nitida Jacq. ,Bontia germinans L.

Família: Acanthaceae Juss.

Nomes populares: siriuba , arvore-do-caranguejo, canoe, careiba, cereibuna, cereitinga, ceri, cerubuna, cerutinga, ciriuva, curiuba, guapira, guapiri, guapiru, magora, mangue-amarelo, manguebranco, mangue manso, mangue-seriva, mangue-siriba, pau de-caranguejo, pere, pere-ciriuba, sereiba, sereiba-tinga, seriba, siriuba, siriuba-pequena, siriuva, tabipuia.

Origem: Litoral dos paises da América,

Descrição botânica:  Arvore de até 20m de altura e DAP de até 40cm, frequentemente com pneumatoforos, com o tronco reto, ramos ascendentes; copa pequena, redonda. A casca externa e fissurada em peças poliedricas, ligeiramente escamosa, parda escura ou marrom muito escura, amarelo intenso ao raspar-se. A cor interna e creme amarelado, quebradiça, a espessura total da casca e de 2 a 8mm. A madeira tem alburno de cor creme-amarelado, com grandes faixas espacadas e parenquima apotraqueal, junto as quais se encontram linhas tangenciais de canais resiniferos. Os ramos jovens têm secção quadrada nas partes jovens, com cicatrizes foliares pardo-acinzentadas ou marrom-acinzentadas, sem lenticelas, glabros. Folhas decusadas, simples; lâmina de 3 x 1,5 a 10 x 4,3cm, elípticas, nuas, pubescentes, com margem inteira, ápice arredondado até agudo, base aguda ou atenuada; estipulas ausentes; verde escura ou verde-amarelado-brilhantes na face dorsal; verde acinzentadas e opacas na face ventral, glabras; nervação inconspícua, as vezes apresentam numerosos pontos negros muito pequenos na face dorsal; pecíolos de 2 a 13mm de comprimento; glabros, unidos por pares, formando uma estrutura oca na base e deixando uma linha semelhante a uma cicatriz de estipula. Perenifolia. As flores ocorrem em panículas densas, terminais ou axilares, de 3 a 7cm de comprimento, finamente pubescentes; flores sesseis, zigomorfas, com 12mm de diâmetro; sépalas verdes acinzentadas, 5 a 6, de 3 a 4mm de comprimento, ovadas, agudas ou obtusas, fortemente imbricadas, sedosas; corola branca com amarelo na base, com 4 lóbulos obovados desiguais, o maior (inferior) com 5mm de comprimento, sedosos em ambas as superfícies, o tubo glabro; estames 4, de 4 a 5mm de comprimento, alternos as pétalas e insertos na base do tubo; glabros, filamentos marrons, anteras pardo-amareladas; ovário supero de 2 a 2,5mm de comprimento, unilocular, tetraovalar, sedoso; estilo robusto, sedoso, mais curto que os estames e terminados em dois lóbulos estigmáticos. Os frutos são capsulas de 2 x 1,5cm, ovoides, ligeiramente aplastada, bivalveadas com cálice persistente, pardo esverdeados. Contém uma semente ovoide, aplastadas, com uma radícula de 1,5cm de comprimento, coberta de abundantes pelos sedosos amarelados, aderida a borda das sementes”

Parte da planta para uso: folhas, caule, raiz.

Constituintes químicos: triterpenoides, alcanos C28, Gliosideos iridoides (ácido 2’-caffeoyl Mussaenosidic e verbascosido). 

Formas de uso: As folhas são consideradas afrodisíacas em infusão. Em banhos, são usadas como forte adstringente vulvovaginal, por serem taniferas. Cozidas junto com as folhas de Ipomoea campanulata servem para fazer cataplasmas emolientes. Os árabes usam a raiz mucilaginosa e a salada desta planta como afrodisíaco, propriedade que se deve a sua ação corroborante e dinamofora . A casca é odontálgica, em uso interno e adstringente, útil para a diarreia e hemorragia. O cozimento da casca também e usado contra hemorroidas, diarreia e feridas. A goma exsudada do tronco e considerada eficaz para curar as enfermidades do peito. Diluída em banha ou vaselina a 30%, e útil para úlceras e tumores.

Indicações: Em uso interno a casca é adstringente para diarreia e hemorragias. Também é odontálgica. Usado contra hemorroidas e feridas. Útil para tratar enfermidades do peito. Em uso tópico, usado para tratar úlceras e tumores. Afrodisíaco e adstringentes vaginais. Junto com as folhas de I. Ampanulata servem para fazer cataplasmas emolientes.

Observações: Espécie usada como tanifera, medicinal e alimentar.

Referências bibliográficas

CARVALHO, A.R. de. A cura pelas plantas e diversos meios de grande poder curativo. 3.ed. São Paulo: Folco Masucci. 1972. 360p.

CORREA, M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Colaboração de Leonan de A. Penna. Rio de Janeiro: IBDF, 1984.

HOEHNE, F.C. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais. São Paulo: Departamento de Botânica do Estado, 1978. 355p.

MATTA, A.A. Flora médica brasiliense. 3.ed. Manaus: Valer, 2003. 356p. (Serie Poranduba, 3).

REVILLA, J. Plantas úteis da Bacia Amazônica. Manaus: INPA, 2002. v.1.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem