VINCRISTINA E VIMBLASTINA: alcaloides presentes na vinca, utilizados no tratamento de vários cânceres humanos.

 

Há uma grande variedade de compostos antitumorais de plantas superiores que podem ser desenvolvidos para medicamentos clínicos, entre eles a vinblastina e a vincristina que são alcaloides indólicos diméricos isolados da Catharanthus roseus, ambos aceitos no tratamento de vários cânceres humanos.

Fórmula estrutural Vincristina

 A vincristina, o mais amplamente utilizado fármaco clínico, é um dos agentes mais ativos no tratamento de pacientes com leucemia aguda, linfomas e tumores sólidos em crianças.

Fórmula estrutural Vimblastina

A vimblastina também mostra atividade semelhante e é um agente ativo contra a doença de Hodgkin. Essas drogas, comercializados desde o início da década de 1960, são extremamente caros, pois são obtidos apenas de Catharanthus roseus cultivado em campo, onde os níveis na planta são extremamente baixos. 

Catharanthus roseus

Planta da família Apocynaceae, conhecida popularmente como; Boa-noite, boa-tarde, flor-de-todo-ano, lavadeira, vinca-de-gato, vinca-rósea, vinca-de-madagascar; vinca mayor. É originária da África, Ilha de Madagascar e espalhou-se para os países de clima tropical. É cultivada em vários países para exploração industrial: Madagascar, Austrália, África do Sul, Índia, Israel, sul dos Estados Unidos, Antilhas e Brasil. No Nordeste e em outras regiões do Brasil cresce espontaneamente, sendo cultivada em jardins e praças como ornamental.

Características botânicas: Subarbusto perene, de até 80 cm de altura. Folhas verde-escuras, opostas, inteiras, ovaladas, luzidias e de ápice arredondado, medindo de 5-9 cm de comprimento. Flores solitárias ou geminadas, formadas por 5 pétalas e apresentam várias tonalidades: violáceas, rosadas, brancas e brancas com o centro avermelhado, presentes o ano inteiro. Fruto composto de dois folículos deiscentes, de até 3 cm de comprimento, com 24 a 33 sementes negras por folículo.

Observações: São necessários 500 Kg da planta seca, ou seja, 4 toneladas da planta fresca, para obtenção de apenas 1 grama do alcalóide antileucêmico.

Referências Bibliográficas

Deus B. Cell cultures of Catharanthus roseus. In: Alfermann AW, Reinhard E (eds) Production of natural compounds by cell culture methods. Ges Strahlen Umweltforsch, Miinchen, pp 118 -129. (1978)

Douros J, Suffness M, Chiuten D, Adamson R, Basis for cancer therapy 1. In: Fox BW (ed) Advances in medical oncology, research and education. Pergamon, Oxford New York, pp 59-:-73. (1979)

Endo T, Goodbody A, Vukovic J, Chapple C, Misawa M, Choi LSL, Kutney JP Enzymatic synthesis of 3',4' -anhydrovinblastine vinblastine by cell free extracts from culture of Catharanthus rose us cells. (1986)

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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