PAU TENENTE: o consumo medicinal desta planta para tratar úlcera gástrica, desordens do fígado e males da vesícula na Europa, vem desde o século XVIII

 

Nome científico: Quassia amara L. 

Sinonímias: Quassia alatifolia Stokes, Quassia officinalis Rich.

Família: Simaroubaceae.

Nomes populares: Amargo, pau-amarelo, pau-quassia, quassia, quassia-amarga, quassia-de-caiena, quina, quina-quina, quinarana.

Origem: América Tropical, principalmente do norte do Brasil.

Descrição botânica: Arbusto grande ou arvoreta de 4-7m de altura, dotado de copa estreita e mais ou menos rala; apresenta folhas pinadas, raquis alado, folíolos oblanceolados, 6-15cm de comprimento, 2,5-3,5cm de largura, de ápice abruptamente acuminado e base atenuada. Inflorescências terminais racemosas espiciformes, flores com cálice 5-lobado, com lobos oblongo-triangulares; corola vistosa vermelho-vivo, glabra com 3,5 a 4,5cm de comprimento, androceu com dez estames, inserido no disco cupuliforme, gineceu apocárpico com ovário glabro, estilete alongado, estigma diminuto, pentas sulcados. Fruto drupáceo ovoide, com 1-1,5cm de comprimento e 2,3cm de diâmetro, semente ovada.

Parte da planta para uso: folha, cascas, raízes e madeira.

Constituintes químicos: Quassina e neoquassina, quassimarina e simalikalactona D, hidroxiquassina, dehidroquassina, isoquassina, paraina, isoparaina, nigacillactona, quassialactol, nor-quassina, e 12α-hidroxi-13,18-dehidroparaina, 11-acetilparaina, quassinol e quassol A, 18-hidroxiquassina e 14-15-dehidroquassina, 16α-O-metilneoquassina, 1-α-O-metilquassina, Os derivados da cantina: 3-metilcantina-2,6-diona; 5-hidroxi-3-metil-4-metoxicantina- 2,6-diona; 3-metilcantina-5,6-diona; 2-metoxicantina-6-ona; 5-hidroxi-4-metoxicantina-6-ona e 3-N-oxido de 5-hidroxi-4-metoxicantina-6-ona. Os derivados de s-carbolina: 1-vinil-4,8-dimetoxi-s-carbolina; 1-metoxicarbonil-s-carbolina, Os derivados da cantina: 3-metilcantina-2,6-diona; 5-hidroxi-3-metil-4-metoxicantina- 2,6-diona; 3-metilcantina-5,6-diona; 2-metoxicantina-6-ona; 5-hidroxi- 4-metoxicantina-6-ona e 3-N-oxido de 5-hidroxi-4-metoxicantina-6-ona. Os deri-vados  de s-carbolina: 1-vinil-4,8-dimetoxi-s-carbolina; 1-metoxicarbonil-s-carbolina, Acido malico. Ácido galico, ácido gentisico.

Formas de uso:

-Decocção: duas colheres (sopa) de cascas picadas em um litro de água por 15 minutos. Tomar duas xicaras de chá ao dia

-Infusão: meia colherada (chá) de pó da madeira em uma xicara de agua fervente, ingerida dez a 15 minutos antes das refeições ou durante. Alternativamente, seis colheres (sopa) de folhas picadas em um litro de água fervente.

-Maceração a frio: duas colheres (chá) de madeira picotada ou em pó são deixadas em água fria uma noite e bebidas para eliminar parasitos internos, cálculos na vesícula e problemas de digestão. A mesma maceração pode ser aplicada topicamente na pele ou no couro cabeludo para eliminar ectoparasitos.

- Uso externo: banhos nos casos de sarampo

Indicações: Inseticida natural, possui atividades antiofídica, antimalárica, anti-inflamatória, anti-helmíntica, antibacteriana, antiulcerogênica,  antileucêmica, antileishmania e estimuladora do sistema imune, hormonal e ação antifertilidade, antiviral, aumenta o efeito sobre o sono induzido por barbitúricos.

Observações: Em doses normais (1g/dia, via oral em ratas), nenhum efeito adverso foi observado, mas altas dosagens do extrato do caule e das sementes produzem vômitos, irritação da mucosa gástrica. Se for ingerida em excesso, pode causar depressão. A Quassia amara e conhecida como a planta mais amarga, embora essa propriedade possa levar a uma confusão no mercado com a Picrasma excelsa (Sw.) Planch., a qual é conhecida como quassia-da-Jamaica.

Referências bibliográficas

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CECCHINI, T. Enciclopedia de las Hierbas y de las Plantas Medicinales. Barcelona: Vecchi, 1971.

CHERNOVIZ, P. L. N. A Grande Farmacopeia Brasileira. 19. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1996.

LORENZI, H. E. & MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil. 2. ed. Sao Paulo: Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2008.

MARTINEZ, N. Las Plantas Medicinales de Mexico. Mexico: Botas, 1992.

NUNEZ-MELENDEZ, E. Plantas Medicinales de Costa Rica y su Folclore. San Jose: Editora Universitária Costa Rica, 1975.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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