ANGÉLICA: Erva que tem longa história de uso popular em particular para o tratamento de distúrbios digestivos e problemas com circulação sanguínea

 

Nome científico: Angelica archangelica L.

Sinonímias: Angelica officinalis (Moench) Hoffm.,Archangelica norvegica Rupr.

Família: Apiaceae.

Nomes populares: arcangélica, erva-de-espírito-santo, jacinto-da-índia, polianto, raiz-do-espírito-santo.

Origem: Norte da Europa e Ásia.

Descrição botânica: Erva perene, caule glabro ligeiramente avermelhado, com estrias lineares, atinge de 0,5 a 1 m de altura. Folhas inferiores tripinadas sendo as superiores pinadas; afiladas ou ovais, denteadas de 3 a 11 cm de comprimento. Inflorescência formada por 10 a 14 umbelas, com 12 a 36 flores por umbela. Flores brancas com 5 pétalas. 

Parte da planta para uso: caule (talo), óleo essencial, raízes, rizoma, sementes, folhas.

Constituintes químicos: ácido angélico, ácidos graxos, amido, angelicina, archangelicina, bisabol, borneol, ß-cariofileno,cumarinas, a-felandreno, ß-felandreno, flavononaarchangelenona, a-pineno, resina, sacarose, sitosterol, taninos,umbelliferona e xantotoxina.- raiz: óleo esencial (0,3-2%), monoterpenos (alfa e betafelandrenos, alfa-pineno), sesquiterpenos (bisabolol,bisaboleno, beta-cariofileno), lactonas macrocíclicas, cumarinas(umbeliferona, ostol), furanocumarinas (angelicina,arcangelicina, bergapteno, xantotoxina, isoimperatorina).Sitosterol; ácidos fenolcarboxílicos; taninos; sacarose.- frutos: óleo essencial (1%): felandrenos, furanocumarinas.

Formas de uso:

- infusão de folhas secas ou frescas: aumentar a transpiração (em resfriados com febre);- decocção das raízes, misturado com infusão de losna: cãibras do baixo-ventre, disenterias, mucosidades pulmonares. Externamente em fricções e compressas: afecções da pele, dores dorsais, reumatismo; - infusão de 20 g de raiz em 800 ml de água fervente. Tomar em xícaras (das de café) durante o dia: depurativo do sangue, diurético; - infusão de uma colher de chá de sementes secas em 100 ml de água fervente. Deixar esfriar, coar, adoçar e beber o líquido antes das refeições principais: estômago; - macerar em dois litros de álcool a 60º: 20 g de sementes e folhas secas de angélica misturadas, 20 g de amêndoas amargas descascadas e esmagadas em pilão, meio quilo de açúcar fino e peneirado e 30 g de água. Deixar dez dias, filtrar o líquido e guardá-lo em um vidro. Tomar um cálice após as refeições: digestivo; - colocar 30 g de sementes secas de angélica, 6 g de canela em pó e 4 g de noz-moscada em pó em um litro de vinho branco doce. Deixar dez dias, filtrar e colocar em um vidro. Beber um calicezinho após cada refeição: digestivo; - infusão de 5 g de folhas em um litro de água fervente. Deixa resfriar, filtrar, adoçar e beber em xícaras (das de café) 3xdia:histeria; - licor medicinal: macerar em dois litros de conhaque, 30 g de angélica cortada em pedaços pequenos e 30 g de amêndoas amargas amassadas e reduzidas a pasta. Depois de 4 ou 5 dias, coar num pano e acrescentar um litro de melado de açúcar. Filtrar e colocar em frascos.

Indicações:  acidez estomacal, afecção (peito, garganta, pele),anorexia, ansiedade, asma, bexiga, bronquite, cãibra do baixo-ventre, cólica, convulsão, coronariopatia, dismenorreias, disenteria, disquinesia hepatobiliar, dispepsias hiposecretoras, dor de cabeça, dor dorsal, enfisema, enterocolite, espasmos gastrintestinais, febre, feridas, falta de apetite, fígado, gases, gastrenterite, gota, hipertensão arterial, histerismo, inapetência, insônia, melancolia, mucosidade pulmonar, problemas digestivos, prostração, retenção de líquidos, reumatismo, rins, úlceras dérmicas, vômito nervoso. 

Observações: Angélica tem longa história de uso popular como erva medicinal, em particular para o tratamento de distúrbios digestivos e problemas com circulação sanguínea. A raiz é a parte mais ativa medicinalmente, deve ser colhida no outono de seu primeiro ano de crescimento, cortada longitudinalmente se necessário e seca rapidamente. Se bem armazenada, conserva suas propriedades medicinais por longo tempo. 

Referências bibliográficas

Aćimović, M., Rat, M., Pezo, L., Lončar, B., Pezo, M., Miljković, A., & Lazarević, J. (2022). Biological and chemical diversity of Angelica archangelica L.—case study of essential oil and its biological activity. Agronomy, 12(7), 1570.

Maurya, A., Verma, S. C., Gupta, V., & Shankar, M. B. (2017). Angelica archangelica L.-A phytochemical and pharmacological review. Asian Journal of Research in Chemistry, 10(6), 852-856.

Salvi, R.M.; Heuser E. D. Interações medicamentos x fitoterápicos: em busca de uma prescrição racional. EDIPUCRS, Porto Alegre (RS). 2008.

Plantas Mágicas Enciclopédia das Plantas Medicinais. Ed. Planeta. Vol.I,1998.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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