HARMALINA: alcaloide que ocorre na Banisteriopsis caapi, um componente essencial na preparação da bebida conhecida como Ayahuasca.

Banisteriopsis caapi (videira Ayahuasca).

Harmalina é um alcaloide que ocorre naturalmente em diversas espécies de plantas, incluindo Peganum harmala (arruda síria) e Banisteriopsis caapi (videira Ayahuasca). É conhecido por seus efeitos psicoativos e tem sido utilizado em diversas práticas tradicionais e espirituais. É um estimulante do sistema nervoso central (SNC) e um inibidor reversível da enzima monoamina oxidase-A (MAO-A). Atua como um inibidor da recaptação da serotonina e pode afetar outros neurotransmissores, como a dopamina e a norepinefrina. Essas ações contribuem para seus efeitos psicoativos. 

Harmalina

Origem: Banisteriopsis caapi

Nome IUPAC: 7-methoxy-1-methyl-4,9-dihydro-3H-pyrido[3,4-b]indole

Fórmula molecular: C13H14N2O 

Harmalina

As plantas que contêm harmalina, particularmente Peganum harmala e Banisteriopsis caapi, têm sido utilizadas em rituais tradicionais e xamânicos há séculos. Muitas vezes são combinadas com outras plantas, como Psychotria viridis ou Mimosa hostilis, para criar a bebida enteogênica conhecida como Ayahuasca. A Harmalina é considerada um componente chave nestas preparações, contribuindo para as experiências visionárias e introspectivas associadas ao uso da Ayahuasca. O efeito inibitório da Harmaline sobre a MAO-A pode levar ao aumento dos níveis de certos neurotransmissores, incluindo a serotonina. Este efeito é essencial nas preparações de Ayahuasca, pois permite que a N,N-Dimetiltriptamina (DMT) ingerida por via oral seja ativa quando, de outra forma, seria decomposta pela MAO no sistema digestivo. A Harmaline atraiu interesse de pesquisas por suas potenciais aplicações terapêuticas. Estudos exploraram suas propriedades neuro protetoras, efeitos anti-inflamatórios e possível uso no tratamento de doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson. No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender completamente seus mecanismos de ação e potenciais aplicações clínicas. Plantas e preparações contendo harmalina devem ser abordadas com cautela. Eles podem ter fortes efeitos psicoativos e interações com outras substâncias, particularmente aquelas que afetam os níveis de serotonina (por exemplo, certos antidepressivos). Além disso, indivíduos com certas condições médicas ou que tomam medicamentos específicos devem evitar ou usar preparações contendo harmalina sob a orientação de um profissional de saúde qualificado. É crucial observar que o uso de harmalina ou de plantas que contenham harmalina só deve ser realizado em ambientes apropriados e com conhecimento e orientação adequados. Plantas que possuem harmalina na sua composição química:

REINO

FAMÍLIA

ESPÉCIES

Plantae

Elaeagnaceae

Elaeagnus angustifolia

Plantae

Malpighiaceae

Banisteria caapi

Plantae

Malpighiaceae

Banisteriopsis caapi(Spr. Ex Briesb.)

Plantae

Nitrariaceae

Peganum harmala

Plantae

Oxalidaceae

Oxalis tuberosa Molina

Plantae

Passifloraceae

Passiflora incarnata

Plantae

Rubiaceae

Psychotria viridis

Plantae

Zygophyllaceae

Tribulus terrestris L.

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Perganum harmala

Referências Bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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