URUCUM: as tribos da floresta tropical usam a planta inteira como remédio há séculos

 

Tradicionalmente, as sementes trituradas do urucum são embebidas em água que é deixada evaporar. Uma pasta de cor brilhante é produzida, que é adicionada a sopas, queijos, e outros alimentos para dar-lhes uma cor amarela ou laranja brilhante. A pasta de semente de urucum produzida na América do Sul é exportada para a América do Norte e Europa, onde é usada como corante alimentar para margarina, queijo, pipoca de micro-ondas, e outros alimentos amarelos ou laranja. Muitas vezes, esse corante alimentar natural substitui o açafrão muito caro em receitas e pratos ao redor do mundo. A pasta de urucum também é usada como corante natural para tecidos e lã e às vezes é empregada nas indústrias de tintas, vernizes, lacas, cosméticos e sabão. Em toda a floresta tropical, tribos indígenas usaram sementes de urucum como tinta corporal e como corante para tecidos. Ela foi rastreada até os antigos índios maias, que a empregavam como principal agente corante em alimentos, para tintas corporais e como corante para artes, artesanatos e murais. Embora atualmente apenas a pasta de sementes ou óleo de semente seja usada comercialmente, as tribos da floresta tropical usam a planta inteira como remédio há séculos. Um chá feito com os brotos jovens é usado pela tribo Piura como afrodisíaco e adstringente, e para tratar problemas de pele, febres, disenteria e hepatite. As folhas são usadas para tratar problemas de pele, doença hepática e hepatite. A planta também é considerada boa para o sistema digestivo. A tribo Cojedes usa uma infusão das flores para estimular os intestinos e auxiliar na eliminação, bem como para evitar catarro em recém-nascidos. Curandeiros tradicionais na Colômbia também usam o urucum como um antídoto para picadas de cobra. Acredita-se que as sementes sejam expectorantes, enquanto as raízes são consideradas um auxiliar digestivo e um supressor de tosse. Hoje, na medicina herbal brasileira, uma decocção de folhas de urucum é usada para tratar azia e desconforto estomacal causados ​​por alimentos picantes, e como um diurético e laxante suave. Também é usado para febres e malária e, topicamente, para tratar queimaduras. O urucum é um remédio comum na medicina herbal peruana hoje, e as folhas secas são chamadas de achiotec. Oito a dez folhas secas são fervidas por dez minutos em 1 litro de água para este popular remédio peruano. Uma xícara é bebida morna ou fria três vezes ao dia após as refeições para tratar distúrbios da próstata e inflamação interna, hipertensão arterial, colesterol alto, cistite, obesidade, insuficiência renal e para eliminar ácido úrico. Esta decocção também é recomendada como um antisséptico vaginal e cicatrizante de feridas, como uma lavagem para infecções de pele, e para distúrbios do fígado e estômago. Curandeiros de ervas na Amazônia peruana espremem o suco das folhas frescas e colocam no olho para inflamação e infecções oculares, e eles usam o suco de doze frutas tomadas duas vezes ao dia por cinco dias para "curar" a epilepsia.

Fonte:

Campelo, C. R. "Contribuicao ao estudo das plantas medicinais no estado de alagoas 111, VII." Simposio de Plantas Medicinais do Brasil, 1-3 de setembro, 1982, Belo Horizonte-MG, 85m.

Dunham, N. W. et al. "A preliminar pharmacologic investigation of the roots of Bixa Orellana." ]. Amer. Pharm. Ass. Sci. Ed. 1960; 49: 218.

Morrison, E. Y., et al. "Extraction of na hyperglycaemic principle from the annatto {Bixa Orellana), a medicinal plant in the West Indies." Trop. Georg. Med. 1991; 43(2): 184-188.

Morrison, E. Y, et al. "The effect of Bixa orellana (annatto) on blood sugar levels in the anaesthetized dog." West Indian Med. March 1985.

Campelo, C. R. "Contribuicao ao estudo das plantas medicinais no estado de alagoas III, VII." Simposio de Plantas Medicinais do Brasil, 1-3 de setembro, 1982, Belo Horizonte-MG, 85m.

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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