AROEIRA-DO-SERTÃO: planta que possui atividade antiúlcera, anti-inflamatória, cicatrizante, adstringente e antimicrobiana.

                                         

Nome científico: Myracrodruom urundeuva Fr. All.

Sinonímias: Astronium juglandifolium Griseb., Myracrodruon urundeuva  Allemão

Família: Anacardeaceae

Nomes populares: aroeira-do-sertão, aroeira-do-campo, aroeira-da-serra, urundeúva, arindeúva

Origem: É nativa da caatinga e do cerrado, desde o estado do Ceará até o estado do Paraná, no Brasil. Encontrada também na Argentina, Paraguai e Bolívia.

Descrição botânica:  Árvore com altura entre 8-20m, podendo chegar a 30m, decídua na estação seca. Caule, geralmente ereto, diâmetro superior a 30cm e casca castanho-escura. Folhas compostas, imparipinadas, com onze a quinze folíolos. Inflorescências em panículas com 10 a 18cm de comprimento, brácteas e bractéolas deltoides, escariosas, ciliadas, caducas. As flores são díclinas, pentâmeras actinomorfas de coloração creme e aromáticas. Frutos do tipo drupa globosa ou ovoide, com cálice persistente, considerado um fruto-semente. Semente 1, globosa, com 0,2-0,4cm de diâmetro, desprovida de endosperma, com epicarpo castanho-escuro, mesocarpo castanho, carnoso, resinífero e tegumento membranáceo.

Parte da planta para uso: Casca do caule, folhas

Constituintes químicos:  A casca é rica em taninos e em outros compostos fenólicos mais simples. Contém duas chalconas diméricas, chamadas urundeuvinas A e B, com forte ação anti-inflamatória. O óleo essencial obtido das folhas tem mais de 16 constituintes, sendo os mais importantes o alfa pineno, o gama terpineno e o betacariofileno. Têm ação anti-histamínica e antibradicinina.

Formas de uso: Decocto, tintura, sabonete.

Indicações: Possui atividade antiúlcera, anti-inflamatória, cicatrizante, adstringente, antimicrobiana. Feridas de pele, acne inflamada, vulvo-vaginite, amigdalite, gastrite e úlcera gástrica. Na medicina popular do Nordeste do Brasil, a casca do tronco desta árvore é um dos remédios mais antigos, sendo utilizada para várias patologias. Estudos realizados com o extrato hidroalcoólico, em ensaios pré-clínicos, evidenciaram efeito antiinflamatório, cicatrizante e antiúlcera. Uma avaliação clínica da planta para o tratamento de úlcera foi realizada através da utilização do elixir da aroeira administrado diariamente, por via oral, pela manhã e à noite, durante 30 dias a 12 indivíduos portadores de úlcera gástrica. Seis deles, ao final do tratamento, apresentaram completa cicatrização do processo ulceroso.

Observações: Em alta concentração, pode provocar irritação do aparelho gastrintestinal. Também pode provocar alergia de pele e alergia respiratória.

Referências bibliográficas

Lorenzi, H. & Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras – manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas no Brasil. Ed. Plantarum, Nova Odessa, 360 pp.

Bandeira. M.A.M. 2002. Myracrodruon urundeuva allemão (aroeira do sertão): constituintes químicos ativos da planta em desenvolvimento e adulta, Tese de Doutorado, DQOI-CC-PG-Q.Orgânica, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 180 pp.

Sousa. M.R, M.E.O. Matos, F.J.A. Matos et al. 1991. Constituintes químicos de plantas medicinais brasileiras. Impr. Universitária/UFC, Fortaleza, 416 pp.

Maios. F.J.A. 1998. Farmácias Vivas – sistema de utilização de plantas medicinais projetado para pequenas comunidades. 3ª ed. Fortaleza: Edições UFC, 220pp.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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