CACAU-BRANCO - árvore amazonense indicada para o tratamento da lepra

 

Nome científico: Carpotroche longifolia (Poepp.) Benth.

Sinonímias:  Carpotroche linguifolia (Schult.) Cuatrec., Carpotroche longifólia var.  heliocarpa (Schult.) Cuatrec., Carpotroche longifólia var. phasmatocarpa (Schult.) Cuatrec., heterotípico Mayna longifólia var.  heliocarpa  Schult., Mayna linguifolia  Schult., Mayna longifólia Poepp. Mayna longifolia var. phasmatocarpa Schult.

Família:  Achariaceae

Nomes populares: cacau-branco (Amazonas); cacaueiro-branco, fruta-de-cotia, fruta-de-cutia.

Origem: Região amazônica

Descrição botânica: Arbusto ou arvore (2,0-)3,0-12,0(-20) m de altura; copa espalhada ou cônica com ramos alongados; tronco reto, esguio, acima de 6,0cm de diâmetro; casca fina, acinzentada a vermelho-amarronzada ou tendendo a preta, particularmente macia. Ramos menores ferrugíneo-tomentosos nas pontas. Folhas obovado-oblongas a oblanceoladas, não raramente assim alongadas, ápice curtamente subcaudado-acuminado, base longo-atenuada a cartácea a subcoriácea, estipulas geralmente triangulares, acuminadas, pubescentes, 6,0-10,0mm de comprimento, caducas. Flores polígamo-dioicas, com cheiro de cianeto, agregadas geralmente em partes dos ramos sem folhas, ou ramos lenhosos, no tronco, raramente nas axilas das folhas mais baixas, ferrugíneo-pubescentes em todas as partes externas; pedicelo articulado na base, acima de 6,0mm de comprimento. Flores masculinas: sépalas 2 ou 3, calicoides, branco-esverdeadas, ovado-suborbiculares, algumas vezes profundamente laceradas, brancas a quase cremes. Flores femininas: sépalas 3, suborbiculares, 8,0-10,0mm de comprimento; pétalas como nas flores masculinas em número, Fruto subgloboso a elipsoide, puberulo, branco se tornando esverdeado, 9-12-alado, variável em forma e tamanho; sementes numerosas (acima de 50), esbranquiçadas, obtusamente angulares, em uma polpa vermelha ou alaranjada” 

Parte da planta para uso: fruto e sementes

Constituintes químicos: O princípio ativo encontrado nos frutos é a carpotroquina. Também é encontrado o ácido carpotroquinico. Os principais constituintes cianogenicos desta especie sao gynocardin e epivolkenin.

Formas de uso: As sementes são empregadas no tratamento da lepra e como anti-helminticas, sendo o óleo delas extraído tido como parasiticida. Este óleo talvez possa ser usado também no tratamento da morfeia, como substituto do óleo de Chaulmoogra. As sementes são empregadas no tratamento da lepra e como anti-helminticas, sendo o óleo delas extraído tido como parasiticida. 

Indicações: tratamento da lepra, anti-helmintico, parasiticida e para combater a esclerodermia ou morfeia é uma doença crônica do tecido conjuntivo

Observações: Os índios Mirana trituram as sementes desta planta e misturam com o látex da arvore chamada de ‘vaco’. Aplica-se a mistura no rosto das meninas adolescentes. Este tratamento e empregado antes de encontrar companheiros ou companheiras. Depois de limpar o rosto com o látex, ele é pintado com uma tinta conhecida como “caruyuro”.

Referências bibliográficas

BALBACH, A. A flora nacional na medicina doméstica. 5.ed. São Paulo: A Edificação do Lar (EDEL), [198-]. v.2.

BERG, M.E. van den; SILVA, M.H.L.; SILVA, M.GPlantas aromáticas da Amazonia. In: SIMPOSIO DO TROPICO UMIDO, 1., 1984, Belém. Anais... Belém: EMBRAPA-CPATU, 1986. p.96-108. (EMBRAPA-CPATU. Documentos, 36).

DUKE, J.A.; VASQUEZ, R. Amazonian ethnobotanical dictionary. Boca Raton: CRC, 1994. 215p.

GOMES, R.P. Fruticultura brasileira. São Paulo: Nobel, 1977. 448p.

KUHLMANN, J.G. Apreciações sistemáticas sobre os frutos do gênero “Carpotroche” (Flacourtiaceae). In: REUNIAO SUL-AMERICANA DE BOTANICA, 1., 1938, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: [s.n.], 1938. v.3.

LA ROTTA, C.; MIRANA, P.; MIRANA, Maria; MIRANA, B.; MIRANA, Miguel; YUCUNA, N. Estúdio etnobotánico sobre las especies utilizadas por la comunidade indígena miraña. Colombia: WWF, [198-].

LE COINTE, P. Árvores e plantas úteis (indígenas e aclimadas): nomes vernáculos e nomes vulgares, classificação botânica, habitat, principais aplicações e propriedades. 2.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1947. 506p. (A Amazonia Brasileira, 3).

MATTA, A.A. Flora médica brasiliense. 3.ed. Manaus: Valer, 2003. 356p. (Serie Poranduba, 3).

REVILLA, J. Plantas úteis da Bacia Amazônica. Manaus: INPA, 2002. v.1.

SLEUMER, H.O. Flacourtiaceae. New York: The New York Botanical Garden, 1980. 499p. (Flora Neotropica. Monograph, 22).

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem