CARRAPICHÃO: A infusão de suas folhas é utilizada como antiespasmódico e purgativo

Nome científico: Xanthium cavanillesii Schow.

Sinonímias: Xanthium orientale L.

Família: Asteraceae

Nomes populares: carrapicho grande, carrapichão, espinho-de-carneiro, figo bravo

Origem: América do sul

Descrição botânica: Erva anual de 0,80 a 2 metros de altura; hastes vertical e áspera; folhas alternadas, pecioladas, cordadas, áspera, com um comprimento de 10-14 cm e uma largura de 9-13 cm; pecíolo de 6-15 cm. Flores díclinas-monóicas. Os capítulos masculinos são encontrados dispostos em cachos multiflorais, subglobosos, nas extremidades dos galhos. capítulos femininos, biflora, presente fechado, ovoidal, coberto de espinhos em forma de gancho, com duas faces apicais, sendo bilocular por dentro, e com uma flor de pétala em cada lóculo A fruta está incluída no invólucro. Floração ocorre entre a primavera e o verão e frutifica no outono.  

Parte da planta para uso: Folhas, caules, sementes e raiz.

Constituintes químicos: Estudos realizados na Argentina relataram a presença de várias lactonas sesquiterpênicas tipo xantanolide (xantina e outros). As partes aéreas da planta adulta também apresentaram triterpenos 24-metilenocicloartanol, lupeol e ß-amirina, os esteróis: estigmasterol, campesterol, sitosterol e dois sesquiterpenos degradados: loliode e bis-norxanthanolide. Nos cotilédones apresentam saponinas e um Glicosídeo terpenóide (carboxiatractilosí-deo).

Formas de uso: As sementes e raízes são usadas em infusão como diurético e antidisentérico. A infusão de suas folhas é utilizada com antiespasmódico e purgativo (via interna) e para lavagem de feridas e úlceras (via externa). As folhas e caules têm uso interno como depurativo, para combater infecções renais, pulmonares e hepáticas. Também como vulnerário e antiespasmódico. No Uruguai utilizam-se a infusão das partes aéreas como antisséptico e para o tratamento de feridas.

Indicações: possui propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e anticarcinogênica. 

Observações: Até o momento não há registros de intoxicação humana pelo consumo de folhas, caules ou raízes desta espécie, no entanto. O consumo interno desta espécie durante a gravidez e lactação não é aconselhada.

Referências bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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