ANDIROBA: árvore da Amazônia cujo óleo das sementes é utilizado na medicina popular para o tratamento de contusões, reumatismo, cicatrização e recuperação da pele

 

Nome científico: Carapa guianensis Aubl.

Sinonímias: Carapa macrocarpa Ducke

Família: Meliaceae.  

Nomes populares: andiroba, andiroba-branca,

andiroba-de-igapó, andiroba-lisa, andiroba-saruba, andiroba-vermelha, andirobeira, andirobaruba, andirobinha, andirova, angiroba, camaçari, carapá, carapinha, caropá, comaçari, mandiroba, gendiroba, jandiroba, penaíba, purga-de-santo-Inácio, randiroba, yandiroba.

Origem: espécie nativa da Amazônia, mas não endêmica do Brasil

Descrição botânica:  árvore perenifólia de até 55 metros de altura, mas, normalmente, atinge entre 25-30m de altura, podendo atingir até 200cm de diâmetro, apresentando, ou não, sapopemas. A casca é grossa e amarga, desprendendo-se facilmente em grandes placas e as folhas são compostas, alternadas e paripenadas. É uma espécie monoica, com flores femininas mais longevas e persistentes que as masculinas, essas duram no máximo um dia. São brancas, pequenas, solitárias, axilares, subsésseis, glabras, levemente perfumadas, contendo 8 anteras, 1 ovário, 4 lóculos com até 6 óvulos, e estão inseridas em uma inflorescência paniculada localizada principalmente na extremidade dos ramos. A inflorescência é sustentada por brácteas pontudas, axilares ou subterminais. O fruto é uma cápsula com quatro valvas, de forma globosa ou subglobosa, medindo, geralmente, entre 5 e 11cm de diâmetro e pesando entre 90 e 540g.Cada fruto pode conter entre 1 e 16 sementes. As sementes de cor marrom podem apresentar grande variação de forma e tamanho.

Parte da planta para uso: folhas, cascas, flores e sementes.

Constituintes químicos:  Um dos principais componentes encontrados no óleo das sementes, nas folhas e casca da andirobeira é o alcaloide carapina, além de ácidos esteárico, oleico, mirístico, palmítico, linoleico e taninos. Extratos metanólico e etérico de sementes de andiroba demonstraram atividades antineoplásicas (carcinoma de boca e adenocarcinoma de mama), limonoides.

Formas de uso: O óleo de andiroba é utilizado na medicina popular para o tratamento de contusões, inchaços, reumatismo, cicatrização e recuperação da pele, anti-inflamatório e nas afecções da garganta. As cascas e flores são utilizadas em chás medicinais para tratar febre, diarreias, como analgésico, antianêmico e para infecções das vias respiratórias. O cerne da planta possui propriedades fungicidas. As folhas da andirobeira são usadas como adstringente, tônico- amargo e febrífugo. Associado ao urucum, o óleo de andiroba pode ser utilizado como repelente de mosquitos e bicho-de-pé, além é protetor solar.

Indicações: febre, diarreias, como analgésico, antianêmico e para infecções das vias respiratórias. Foi observada ainda atividade anti-inflamatória, bem como efeito antineoplásico.

Observações: Estudos realizados com o óleo de andiroba, tendo por objetivo avaliar o efeito do consumo oral em ratos, concluíram que embora as doses orais do óleo não tenham sido suficientes para causar toxicidade aguda e subaguda nos animais, ocorreu inflamação do fígado, um sinal de possível toxicidade hepática.

Referências bibliográficas

BERG, M.E. Plantas medicinais na Amazônia: contribuição ao seu conhecimento sistemático.3ª Ed. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 2010. p.216.

BOUFLEUER, N.T. Aspectos ecológicos de andiroba (Carapa guianensis Aublet., Meliaceae), como subsídio ao manejo e conservação. 2004. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Acre, Rio Branco.

CORRÊA, M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional. v.1, p.113-114, 1926-1978.

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FARIAS, M.P.O.; SOUSA, D.P.; ARRUDA, A.C.; ARRUDA, M.S.P.; WANDERLEY, A.G.; ALVES, L.C.; FAUSTINO, M.A.G. Eficácia in vitro do óleo da Carapa guianensis Aubl. (andiroba) no controle de Boophilus microplus (Acari: Ixodidae). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 9(4), 68-71, 2007.

SHANLEY, P.; CYMERYS, M.; GALVÃO, J. Frutíferas da mata na vida amazônica. Belém:INPA, 1998, 127 p.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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