ANGICO: árvore cujas sementes são consumidas como remédio para febre, melancolia e outras aflições

 

Nome científico: Anadenanthera colubrina (Vellozo) Brennan

Sinonímias: Acacia cebil Grisebach Anadenanthera excelsa Grisebach29 Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Spegazzini Piptadenia cebil Grisebach Piptadenia colubrina Benth. Piptadenia grata (Willd.) Macbr. Piptadenia macrocarpa Bentham = A. colubrina var. cébil

Família: Fabaceae

Nomes populares: algarobo, angico, angico do cerrado, cabuim, angico-branco-liso, curupaí, curupaíba, angico-vermelho, aperta-ruão.

Origem: Nativa dos cerrados e caatingas do Brasil

Descrição botânica: Árvore melífera, caducifólia, muito ramificada, de copa aberta, com até 17 m de comprimento, tronco de até 50 cm de diâmetro, casca de cor marrom-avermelhada, rugosa (5 a 12 mm), escamosa e com espinhos espaçados; folhas compostas bipinadas, com até 20 jugas, com 15 a 20 folíolos opostos, de 4 a 6 mm de comprimento; flores esbranquiçadas, em inflorescências do tipo espigas paniculares globosas, axilares ou terminais, de coloração branca a creme, levemente aromáticas; frutos em vagens achatadas, longas, rígidas, encurvadas, marrom-avermelhados, brilhantes, com cerca de 10 a 20 cm de comprimento, contendo até 15 sementes; as sementes são lisas, redondas, achatadas, castanho-avermelhadas, brilhantes, com cerca de 2 cm de comprimento x 1,5 cm de largura 

Parte da planta para uso: folhas, sementes.

Constituintes químicos: As sementes contêm triptaminas, principalmente bufotenina. 

Formas de uso: chá feito de sementes junto com a raiz de Polypodium spp. é utilizado para problemas digestivos. As sementes são consumidas como remédio para febre, melancolia e outras aflições. Misturado ao mel, são usadas como diurético ou para promover a fertilidade feminina. Ao mesmo tempo, também é considerado um abortivo. A resina da variedade colubrina é usado como goma arábica. Sementes secas da variedade colubrina são ingeridas em forma de rapé para tratar constipação, gripe crônica e dores de cabeça. Uma decocção das vagens frescas (ou seja, ainda verdes) é utilizada para lavar a cabeça com objetivo de tratar as suas dores.

Indicações: antimicrobiana, imunoestimulante, cicatrizante, anti-inflamatória, hemostática, broncodilatadora, expectorante e antiasmática.

Observações: Antes da chegada dos espanhóis, as sementes de angico eram utilizadas em grandes rituais de importância religiosa no Peru como alucinógeno. O uso ritual ou xamânico de rapé feito desta espécie de Anadenanthera foi documentado para as seguintes tribos: Quechua, Piro, Chiriguano, Yabuti, Atacama (Kunza), Come-chingón, Diaguita, Allentiac, Millcayac, Humahuaca (Omoguaca), Ocloya, Mataco (Mataguayo, Nocten), Vilela e Guarani

Referências bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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