FAVELA: arbusto cuja casca e entrecasca são usadas contra infecções e inflamações diversas

 

Nome científico: Cnidoscolus quercifolius Pohl.

Sinonímias: Cnidoscolus lobatus Pohl; Cnidoscolus phyllacanthus (Müll.Arg.) Fern. Casas,Jatropha phyllacantha Müll.Arg.

Família:  Euphorbiaceae.

Nomes populares: Cansanção, favela, favela-de-cachorro, favela-de-galinha, faveleira, queimadeira.

Origem: é considerada uma espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nas regiões Nordeste.

Descrição botânica: Arbusto a arvoreta, 2 a 6m de altura, lactescente; copa alongada ou arredondada; caule curto e ramificado na base; ramos glabros, suculentos, estriados, com acúleos aciculares e urentes, hialinos, 0,3-1cm de comprimento. Folhas simples, glabras, sendo as apicais alternas, as basais verticiladas; lâmina crassa, 5-11×1-5cm, oval-elíptica, pinatilobada a inteira, com acúleos urentes ao longo das nervuras; margem espinescente, glandular; base cuneada a cordada, glandular; ápice acuminado a agudo; pecíolo curto, 1-3cm comprimento. Inflorescências em dicásios terminais, bracteados, axilares, solitárias. Flores diclinas, 0,8-1cm de comprimento; 5-tépalas soldadas na base, alvas, com lobos elípticos; flores estaminadas marginais, flores pistiladas centrais. Fruto capsular, globoso, 1-3cm comprimento, espinhoso, trilocular. Sementes 3, oblongas a elípticas, glabras.

Parte da planta para uso: Cascas e raízes

Constituintes químicos:  Quinóide: neo-favelanona, Benzenóides: favelina, éter-metil-favelina, éter-metil-12-hidroxi-favelina, éter-metil-12-oxo-favelina, deo-oxo-favelina, favelol, iso-favelol, favelona, faveloxide polipreno . Triterpenos: lupeol, lupeol,3-b-O-cinnamoil, phyllacantona. Derivados isoprenoides.

Formas de uso: casca e entrecasca são usadas  contra infecções e inflamações diversas. O látex é aplicado para amenizar a dor de dente, como cicatrizante de ferimentos, para cauterizar verrugas e no tratamento de dermatose. O suco da raiz é apontado no combate à apendicite.

Indicações: é amplamente utilizada pelas suas propriedades anti-inflamatórias, indicada para cicatrização de feridas, inflamações no ovário e próstata, apendicite, cauterização de verrugas, combate a doenças de pele e dor de dente.

Observações: Os efeitos provocados pelos espinhos da Favela (tricomas urticantes) são uma característica marcante da espécie, provocando ardência e inflamações dolorosas, seja às pessoas ou aos animais.

Referências bibliográficas

AGRA, M.F. Plantas da medicina popular dos Cariris Velhos, Paraíba, Brasil. João Pessoa: Ed. União, 1996. 125 p.

BRAGA, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 4a. Ed. Natal: Editora Universitária, UFRN. 1976. 540p.

OLIVEIRA, F.C.S.; BARROS, R.F.M.; MOITANETO, J.M. Plantas medicinais utilizadas em comunidades rurais de Oeiras, semiárido piauiense. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 12(3), 282-301, 2010.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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