Nome
científico: Mimosa
hostilis
Sinonímias: Mimosa
limana Rizzini; Acacia tenuiflora Willd.
Família: Fabaceae
Nomes
populares: calumbi , jurema e jurema preta.
Origem: Espécie
endêmica do Brasil, ocorre nos Estados de Tocantins, Piauí, Ceará,
Pernambuco, Bahia e região Centro-Oeste.
Descrição
botânica: Árvore de 4-7 metros de altura, decídua na estação seca,
apresentando caule ereto ou levemente inclinado, com casca de cor castanho
escura e rugosa, e ramos de cor castanho avermelhada com acúleos esparsos.
Folhas compostas, alternas, bipinadas, com sete pares de pinas, contendo 15-33
folíolos de 5-6mm de comprimento. Flores alvas, pequenas, reunidas em espigas
isoladas de 4-8cm de comprimento. Fruto do tipo vagem deiscente, medindo
2,5-5cm de comprimento e contendo 4-6 sementes. As sementes são lisas, ovais e
de cor castanho escura. A reprodução é sexuada e assexuada por meio de estacas
e rebrota de tocos. Um quilo de sementes contém cerca de 110 mil unidades. A
madeira é pesada (densidade 1,12g/cm3), de textura média, alta resistência
mecânica, grande durabilidade natural, com alburno de cor
castanho-avermelhado-escuro e cerne amarelado.
Parte da planta para uso: casca
Constituintes
químicos: taninos e flavonoides. Nas raízes frescas e casas
da Mimosa hostilis foi identificado, em 1949, a presença do alcaloide nigerina.
Esse elemento foi posteriormente identificado como alcaloide indólico (DMT, ou
seja, dimetiltriptamina), uma substância altamente psicodisléptica ou
alucinógena.
Formas
de uso: Na medicina popular, a casca da planta é utilizada em
queimaduras, acne e problemas da pele devido às propriedades
antimicrobiana, analgésica, regeneradora de células, febrífuga e
adstringente peitoral
Indicações: antimicrobiana, antibacteriana. Dados obtidos de testes de laboratório de extratos de M. tenuiflora confirmaram as propriedades farmacológicas e mostraram excepcional atividade do extrato hidroalcoólico contra as bactérias Escherichia coli (pode provocar infecções urinárias, diarreia, colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica), Streptococcus pyogenes (causa uma variedade de doenças desde faringite ou mais graves como a escarlatina), Proteus mirabilis (causa infecção urinária alcalina), Shigella sonnei (agente causador de diarreia e disenteria em todo o mundo), Staphylococcus aureus (causa infecções cutâneas, pneumonia, endocardite, osteomielite, artrite infecciosa - ou séptica), Staphylococcus spp
Observações:
Jurema é um termo que serve para designar distintas espécies de leguminosas
integrantes dos gêneros Pithecellobium, Acácia e Mimosa.
Cita-se, neste último gênero, a Mimosa tenuiflora, a Mimosa verrucosa
benth e a Mimosa hostilis benth. As plantas são usadas para fazer uma
droga psicoativa, que serve como uma mistura análoga da ayahuasca.
Referências bibliográficas
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