MANDACARU:O suco dos ramos é utilizado no tratamento de problemas do pulmão, escorbuto e infecções de pele

 

Nome científico: Cereus jamacaru DC.

Sinonímias: Cereus jamacaru subsp. goiasensis (F. Ritter) P.J. Braun & Esteves.

Família: Cactaceae.  

Nomes populares: Arumbeva, babão, cardeiro, cardeiro-rajado, cumbeba, jamacaru, jamaracurú, jumarucú, jumucurú, manacaru, mandacaru, mandacaru-de-boi, mandacaru-de-faixo, mandacaru-facheiro, nhamandacaru, tuna, urumbeba.

Origem: É um cacto nativo e endêmico do Brasil.

Descrição botânica: Cacto arbóreo de 3-9m de altura, com ramificações irregulares e candelabriformes. Os indivíduos adultos apresentam tronco curto e lenhoso. Cladódios áfilos, eretos, alongados, crassos, mucilaginosos, anguloso-estrelados, com 5-8 costelas inteiras, não segmentadas, mas salientes, estreitas, crenadas e densamente espinescentes. Aréolas armadas, regularmente distanciadas entre si 2-4cm; espinhos pungentes, aciculares, em número e tamanho variados: os radiais (7-9), com 1-2cm de comprimento e os centrais (8-10) com 1,5-8cm de comprimento, cinzentos ou dourados. Flores crepusculares vistosas, 12-15cm de comprimento quando em antese, ornamentais, hermafroditas, actinomorfas, sésseis, isoladas e inseridas nos ângulos laterais, acima das aréolas, noturnas; pericarpelo e hipanto inermes, esverdeados; tubo floral alongado, branco; perigônio com tépalas numerosas, internamente brancas, externamente esverdeadas ou avermelhadas. Androceu com numerosos estames; filetes longos, inseridos no perigônio; anteras globosas, biloculares, pequenas. Gineceu com ovário ínfero, unilocular, pluriovular. Frutos vistosos, 10-12 x 5-8cm, baga elipsoide ou piriforme, deiscente por uma fenda longitudinal a partir da base; exocarpo inerme, vermelho ou róseo, brilhante; mesocarpo mucilaginoso; polpa carnosa, branca; sementes piriformes, negras, brilhantes e numerosas na polpa do fruto maduro.  

Parte da planta para uso: Com fins medicinais são utilizados principalmente os cladódios, a raiz e o fruto.

Constituintes químicos: tiramina e 2-hidroxifeniletilamina, D-tiramina, D-tirosina, ácido oleico, ácido acético, cânfora, cisteína, geranilacetona, corilagina, ácido benzoico, ácido cinâmico, 1,2-benzoquinona, antraquinona, cloranil, hidroquinona, fenol e b-sisterol, tiramina, aminas N-metiltiramina e hordenina, e esteroide b-sitosterol.  

Formas de uso: O suco dos ramos é utilizado no tratamento de problemas do pulmão, escorbuto e infecções de pele. O xarope é empregado no tratamento das tosses, bronquites e úlceras. Utiliza-se também a infusão das raízes como substituto da água, no tratamento de doenças respiratórias, crises renais, como diurético e no tratamento de pedras nos rins. Além disso, a polpa da planta amassada com açúcar, é utilizada contra úlceras estomacais chá das raízes é utilizado para tratar sífilis, gripe, coluna, problemas uretrais, dores renais. “quentura”, infecção urinária, sudorese e inflamação da próstata. A raspa do caule, misturada em água, é indicada no tratamento de problemas renais. Os cladódios, frutos e raízes são utilizados para tratar problemas hepáticos, dores de coluna e uretrais, constipação, hipertensão, reumatismo, enterite, lesões, febre, além do uso como antiemético, utiliza-se a planta inteira (cladódio) e as raízes, em banhos, infusões e macerados, para cicatrização de feridas ou como agente anti-inflamatório.

Indicações: anti-inflamatório, como diurético e para o tratamento de doenças respiratórias e do sistema cardiovascular.

Observações:  o nome mandacaru é de origem tupi, significando “árvore ou fruta de espinheiro que se come”.

Referências bibliográficas

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CAVALCANTE, A.; TELES, M.; MACHADO, M. Cactos do semiárido do Brasil: guia ilustrado. Campina Grande: MCTI/ Instituto Nacional do Semiárido, INSA, 2013. 102 p.

MORS, W.B.; RIZZINI, C.T.; PEREIRA, N.A.; DEFILIPPS, R.A. Medicinal plants of Brazil. California: Reference Publications, 2000. 501 p.

ROQUE, A.A.; ROCHA, R.M.; LOIOLA, M.B. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (nordeste do Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 12(1), 31-42, 2010.

ZAPPI, D. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Cactaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 12, 43-59, 1990.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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