UCUÚBA: árvore cuja casca também é extraído um alcaloide alucinogênico que é usado pelos índios durante as festas religiosas.

 

Nome científico: Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb.

Sinonímias: Myristica fatua Sw.; Myristica gracilis A. DC.; Myristica sebifera var. longifoliaLam.; Myristica surinamensis Rol.; Myristica surinamensis Rol. ex Rottb.; Palala surinamensis(Rol. ex Rottb.) Kuntze; Virola carinata (Benth.) Warb.; Virola glaziovii Warb.; Virolanobilis A.C. Sm.

Família: Myristicaceae.  

Nomes populares: Andiroba, árvore-de-sebo, árvore-do-sebo, bicuíba, leite-de-mucuíba,mucuíra, noz-moscada, sucuba, sucuuba, uncuúba-da-várzea, ucuúba-amarela, ucuúba--branca, ucuúba-casca-de-vidro, ucuúba-cheirosa, ucuúba-de-baixio, ucuúba-de-igapó,ucuúba-de-várzea,ucuúba-verdadeira, ucuúba vermelha.

Origem: Árvore nativa da várzea de toda a região amazônica

Descrição botânica:   Árvore de grande porte, podendo atingir altura de 40m e diâmetro de 100cm, regularmente ramificada em verticilo com sapopemas basais. O fruto é do tipo cápsula esférica, carnoso, com a deiscência iniciando quando o fruto começa a amadurecer , monospérmico, estenocárpico, subgloboso, ápice e margem arredondados, subestipitado, margens inteiras não constrictas; exocarpo seco, cartáceo, opaco e glabro, amarelo quando maduro e verde quando imaturo, com 0,54mm de espessura; mesocarpo coriáceo em tons castanhos, opaco e glabro, com 2,52mm de espessura; endocarpo membranoso em tom avermelhado devido ao arilo, 0,44mm de espessura; e funículo curto, seco e farináceo. Estenospérmica, globosa, com ápice e base achatados; arilo laciniado, vermelho, recobrindo toda a semente; constituída por duas camadas de tegumento, a testa, mais externa, opaca, glabra com tons castanhos; região hilar basal, hilo orbicular, homocrômo, rafe linear, em tons castanhos, homócroma, conferindo um efeito listrado à testa da semente

Parte da planta para uso: folhas, raiz, casca e a seiva.

Constituintes químicos: o óleo essencial possui α-pineno, β-pineno, Terpinoleno, Mirceno, Limoneno, α-terpineol, α-copaeno, β-cariofileno, Viridifloreno, δ-cadineno entre outros.

Formas de uso: O extrato das folhas apresenta atividade contra malária e da raiz atividade antifúngica contra Cladosporium cladosporioides um fungo de pós-colheita de grãos. A casca e a seiva são utilizadas na medicina popular.  A trimiristina, que é extraída da gordura obtida das sementes, é utilizada na indústria de cosméticos e perfumaria (e como medicamento.

Indicações: tratamento de úlceras, assepsia e cicatrização de feridas, erisipelas, cólicas e dispepsias, doenças reumáticas e gotosas, apresenta atividade antimicrobiana. Da casca também é extraído um alcaloide alucinogênico que é usado pelos índios durante as festas religiosas. O látex, em uso tópico, é empregado no controle de aftas e anginas, misturado com água é usado, externamente, na forma de banho para tratamento de doenças venéreas.

Observações: O nome ucuúba é uma denominação tupi, que é usado vulgarmente na Amazônia brasileira para a maioria das espécies do gênero Virola Aubl., e significa “árvore que produz substância gordurosa”. Sua etimologia vem das palavras uku (gordura, graxa, sebo) e uba (árvore, planta).

Referências bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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