SAPUCAINHA: árvore de onde é extraído um óleo chaulmúgrico ,extremamente usado no combate a lepra durante o século XX no Brasil

 

Nome científico:  Carpotroche brasiliensis

Sinonímias: Carpotroche brasiliensis (Raddi) Endl. ,Carpotroche brasiliensis (Raddi) A.Gray ,Carpotroche brasiliensis var. longifolia Eichler ,Mayna brasiliensis Raddi. 

Família: Achariaceae  

Nomes populares: Sapucainha, Canudo de pito, Anudeiro, Fruta de babado, Fruta de comona, Fruta de cotia, Fruta de macaco, Fruta de lepra, Mata piolho, Papo de anjo, Pau de anjo, Pau de cachimbo, Pau de cotia, Pau de lepra.

Origem: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado.

Descrição botânica: árvore de médio a grande porte e pode alcançar de 5 a 20 metros de altura e de 10 a 40 cm de diâmetro. Sua casca possui aspecto rugoso, suas folhas são simples, demonstrando pubescência (penugem) quando jovens e possuindo de10 a 18 cm de comprimento quando adultas. Suas flores são brancas, mas tornam-se amareladas na zona central das pétalas. Seu fruto é “carnudo” e sua casca apresenta protuberâncias que lembram franjas, daí a origem de um de seus nomes populares, fruta de babado. São capsulares e arredondados, atingindo uma grande dimensão 

Parte da planta para uso: Óleo das sementes.

Constituintes químicos: os principais constituintes do óleo de suas sementes são os ácidos graxos ciclo pentênicos: ácido hidnocárpico, ácido chaulmúgrico e ácido górbico entre outros componentes. Os ácidos graxos ciclopentênicos são reconhecidos por sua ação farmacológica e agente antileprótico.

Formas de uso: é extraído um óleo de suas sementes que é denominado, óleo chaulmúgrico, a sua utilização é observada desde os tempos mais antigos, principalmente na Índia, Indochina, Malásia e África, era utilizado para cura de doenças lepróticas e dermatoses. O óleo retirado das sementes da C. brasiliensis foi extremamente usado no combate a lepra durante o século XX no Brasil.

Indicações: combate a lepra e problemas de pele.

Observações: óleo era extraído das sementes encontradas nos frutos das árvores indianas chamadas de Chaulmoogras foi apropriado pela medicina ocidental no final do século XIX, a partir da observação de seu uso pela população indiana para o tratamento de doenças de pele.

Referências bibliográficas

CORRÊA, M. P. (1984). Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional

 DANUSA, Mara. «Plantas Medicinais Brasileiras: As Flacourtiaceas Antilepróticas». Plantas Medicinais Brasileiras

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 6. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2014.

GONZÁLEZ, J. Explicación etimológica de las plantas de La Selva. Flora Digital de La Selva: Organización para Estudios Tropicales.

SILVA, A.F. et al. Composição florística e grupos ecológicos das espécies de um trecho de Floresta Semidecídua Submontana da Fazenda São Geraldo, Viçosa-MG. Árvore, Viçosa-MG, v.27, n.3, p.311-319, 2003.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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