Glycyrrhiza
glabra (alcaçuz)
O
ácido glicirrízico é extraído da raiz da planta Glycyrrhiza glabra (alcaçuz). É
um glicosídeo triterpênico com ácido glicirretínico que possui uma
ampla gama de atividades farmacológicas e biológicas. Quando extraído da
planta, pode ser obtido na forma de glicirrizina amoniacal e glicirrizina
monoamonial. O ácido glicirrízico foi desenvolvido no Japão e na China
como droga hepatoprotetora em casos de hepatite crônica. A partir de
janeiro de 2014, o ácido glicirrízico como parte do extrato de alcaçuz foi
aprovado pelo FDA dos Estados Unidos como um adoçante alimentar. A
glicirrizina também é encontrada na Stevia rebaudiana entre outras
plantas.
Stevia
rebaudiana
A
glicirrizina é um composto semelhante à saponina que fornece o principal
sabor doce ao alcaçuz, com potencial imunomodulador, anti-inflamatório, hepato
e neuroprotetor e atividades antineoplásicas. A glicirrizina modula
certas enzimas envolvidas na inflamação e no estresse oxidativo e diminui a
regulação de certos mediadores pró-inflamatórios, protegendo assim contra danos
induzidos por inflamação e espécies reativas de oxigênio (ROS). A
glicerrizina também pode suprimir o crescimento de células tumorais.
Glicirrizina
A
raiz de alcaçuz é usada nas medicinas tradicionais do Oriente há milhares de
anos. Na China, por exemplo, era indicada como tônico, digestivo e
expectorante, além de ser empregada para harmonizar os demais ingredientes da
receita de algum remédio. Na medicina tradicional indiana, sua aplicação estava
associada a possíveis efeitos rejuvenescedores. No mundo ocidental, o alcaçuz
tem sido historicamente empregado na alimentação, pois o licor extraído de sua
raiz é bastante aromático, o que o torna, por exemplo, excelente ingrediente na
confeitaria. Atualmente, a indústria farmacêutica também o utiliza para
corrigir o sabor de alguns medicamentos, sendo 50 vezes mais doce que o açúcar
comum (sacarose). Além disso, o extrato de alcaçuz é hoje a base de vários
fármacos fitoterápicos, indicados principalmente como expectorantes e para
tratamento de bronquite, além de coadjuvante para casos de úlceras gástricas e
duodenais. Pesquisas também têm demonstrado seus efeitos anti-inflamatórios,
antivirais e antitumorais, e seu possível uso no tratamento preventivo de
câncer de fígado em pacientes com hepatite crônica e no tratamento de gastrite.
Espécies onde é encontrado a Glicirrizina
REINO |
FAMÍLIA |
ESPÉCIES |
Plantae |
Asteraceae |
Stevia
rebaudiana |
Plantae |
Fabaceae |
Abrus
precatorius |
Plantae |
Fabaceae |
Glycyrrhiza
aspera |
Plantae |
Fabaceae |
Glycyrrhiza
glabra |
Plantae |
Fabaceae |
Glycyrrhiza
inflata |
Plantae |
Fabaceae |
Glycyrrhiza
kansuensis |
Plantae |
Fabaceae |
Glycyrrhiza
radix |
Plantae |
Fabaceae |
Glycyrrhiza
uralensis |
Referências
Bibliográficas
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derivados da glicirrizina: perspectivas para o desencvolvimento de
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