Pilocarpus
jaborandi (Jaborandi)
A pilocarpina é um alcaloide natural extraído de plantas do gênero Pilocarpus, especificamente no Jaborandi, com atividade agonista colinérgica. Como agente parassimpaticomimético colinérgico, liga-se predominantemente a receptores muscarínicos, induzindo assim a secreção de glândulas exócrinas e estimulando a musculatura lisa nos brônquios, trato urinário, trato biliar e trato intestinal. Quando aplicado topicamente nos olhos, esse agente estimula a contração do esfíncter pupilar, resultando em miose; estimula a contração do músculo ciliar, resultando em espasmo de acomodação; e pode causar elevação transitória da pressão intraocular seguida de queda mais persistente devido à abertura da malha trabecular e aumento da saída do humor aquoso.
Pilocarpina
Ela é um agonista muscarínico da acetilcolina eficaz no tratamento e controle do glaucoma agudo de ângulo fechado e da xerostomia induzida por radiação. Embora não seja um tratamento de primeira linha para o glaucoma, é útil como medicação adjuvante na forma de gotas oftálmicas. A pilocarpina é aprovada para uso como agente para diminuir a pressão intraocular (PIO) em casos de glaucoma, bem como no tratamento da xerostomia resultante da exposição à radiação e doença de Sjögren. Atualmente, há poucas evidências que apoiem o uso de qualquer outro medicamento no tratamento específico da xerostomia induzida por radiação.
Pilocarpina
Estre
alcaloide possui várias propriedades farmacológicas - possui ação miótica e
diminui a pressão intraocular. Sua principal aplicação clínica em
oftalmologia tem sido para o tratamento de glaucoma em solução isotônica
tamponada variando de 0,5 a 6% como nitrato ou cloridrato de pilocarpina. É
relativamente estável em pH ácido e à medida que o pH aumenta, torna-se
progressivamente instável, especialmente em temperaturas elevadas .
O
jaborandi é usado há séculos pelos índios tupi-guarani para induzir a produção
de suor e saliva. A palavra vem de ya-mbor-endi, que no idioma indígena
significa “aquilo que causa salivação”. As propriedades farmacológicas da
planta começaram a ser estudas em 1873, e no ano seguinte o médico brasileiro
Sinfrônio Coutinho introduziu na prática clínica o uso do extrato feito com
suas folhas, a fim de induzir a produção de saliva e suor. Ao final do século
19, a pilocarpina já era usada para tratar glaucoma, mas apenas nos anos 1950
foi colocado no mercado um colírio para tratamento da doença. Na década de
1990, o alcaloide foi introduzido no tratamento de xerostomia (secura dos olhos
e boca) causada por certos tipos de radioterapia e pela síndrome de Sjögren (um
tipo de doença autoimune).
Espécies
onde é encontrado a pilocarpina:
REINO |
FAMÍLIA |
ESPÉCIES |
Plantae |
Rutaceae |
Pilocarpus jaborandi |
Plantae |
Rutaceae |
Pilocarpus microphyllus |
Plantae |
Rutaceae |
Pilocarpus pennatifolius Lem. |
Referências
Bibliográficas
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