MARUPARI: Planta herbácea potencialmente útil no tratamento de doenças cardíacas, contusões e ferimentos

 

Nome científico: Eleutherine bulbosa (Mill.) Urb. 

Sinonímias: Sisyrinchium bulbosum Mill., Eleutherine plicala (Sw.) Klatt, Galatea bulbosa (Mill.) Britton, Eleutherine palmifolia (L.) Merr., Sisyrinchium palmifolium L.  

Família: Iridaceae

Nomes populares: marupari, marupazinho, marupá-piranga, palmeirinha, lírio-folha-de-palmeira, wá-ro

Origem: Nativa da América do Sul,

Descrição botânica: Planta herbácea, entouceirada, acaule, de 20 a 30 cm de altura; folhas simples, inteiras, plissadas longitudinalmente, com 25 cm de comprimento; as flores são brancas ou rosadas (abrem apenas ao pôr do sol), em panícula no ápice de um longo escapo rígido acima da folhagem; possui bulbos com escamas, de cor vinho externamente, liberando um exsudado branco quando cortados

Parte da planta para uso: rizomas, bulbo.

Constituintes químicos:

Esteróis: sitosterol, stigmasterol e campesterol.

Lipídeos: n-hentriacontano.

Outras substâncias: eleubosa A, B e C.

Policetídeos: (R)-4-hidroxieleutherine, eleuthone, eleutherinol-8-O-β-D-glucosídeo, isoeleuthosídeo C (dihidroisoeleutherine-5-O-β-D-gentiobiosídeo), eleuthosídeo B (eleutherol-4-O-β-D-gentiobiosídeo), eleuthosídeo C (dihidroeleutherine-5-O-β-D-gentiobiosídeo), hongconine (4-oxodihidroisoeleutherine-iso-iso-isoteno) e elecanacine.

Quinonas: naftoquinonas (eleutherol, eleutherinol, eleutherine e isoeleutherine) e antraquinonas (crisofanol e derivados).

Saponinas

Triterpenos: cicloartenol, 24-metilenocicloartenol e β-amirina.

Formas de uso: Como medicação caseira, na Amazônia, é usada para o tratamento de diarreia e amebíase, fervendo-se 2 bulbos cortados em pequenos pedaços durante 15 minutos em 1/2 litro de água e ingerindo-se uma xícara (chá) antes das refeições. Não o guardar para o dia seguinte (1, 7). Os indígenas das Guianas empregam seus bulbos para o preparo de emplastro em aplicação externa contra contusões e ferimentos visando acelerar a cicatrização. Já seu suco com sal é usado como medicação interna contra epilepsia. Tem também reputação de ter uma ação anti-fertilidade, sendo empregada no Haiti como contraceptivo   

Indicações: é potencialmente útil no tratamento de doenças cardíacas, gastralgia, histeria, diarreia e vermes intestinais.

Observações: Os indígenas das Guianas empregam seus bulbos para o preparo de emplastro em aplicação externa contra contusões e ferimentos visando acelerar a cicatrização. Já seu suco com sal é usado como medicação intema contra epilepsia.

Referências bibliográficas

PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 79-80.

LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 300-301.

SHI, P. et al. Total phenolic, flavonoid content, and antioxidant activity of bulbs, leaves, and flowers made from Eleutherine bulbosa (Mill.) Urb. Food Sci Nutr, v. 7, n. 1, p.148-154, 2018. doi: 10.1002/fsn3.834

PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 118-119.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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