FEDEGOSÃO: planta usada localmente nas infestações da pele por bactérias e fungos

 

Nome científico: Senna alata (L.) Roxb.

Sinonímias: Cassia alata L., Cassia a/ala var. perennis Pamp., Cassia alata var. rumphiana DC., Cassia bracteata L. f., Cassia herpetica Jacq., Herpetica alata (L.) Raf.

Família: Leguminosae-Caesalpinioideae  

Nomes populares: fedegosão, fedegoso grande, manjerioba-do-pará, manjerioba-grande, maria-preta, mata-pasto, dartrial, candelabro.

Origem: nativa do Brasil.  

Descrição botânica: arbusto esgalhado de até 3 m de altura, de folhas compostas pinadas, com folíolos de 4-5 cm de comprimento. Flores amarelas, reunidas em espigas terminais dispostas verticalmente, dando-lhe uma aparência ornamental. Frutos do tipo vagem, quase pretas, ao longo dos quais correm quatro asas estreitas em disposição cruzada, contendo numerosas sementes achatadas. Cresce de preferência nos terrenos úmidos ou alagadiços.

Parte da planta para uso: brotos, folhas, inflorescências.

Constituintes químicos:  As folhas contêm vários derivados antraquinônicos em sua composição química, inclusive os mesmos princípios ativos das folhas do sene, os senosídios A e B. Análises fitoquímicas mostraram também que as inflorescências são ricas em flavonóides e vitamina C.

Formas de uso: esta planta é usada localmente nas infestações da pele por bactérias e fungos, no tratamento caseiro de impinges e de panos-brancos, cujo tratamento é feito por atrito dos brotos recém-colhidos sobre a parte afetada da pele. O mesmo tratamento pode ser aplicado nos casos de herpes, sarna e outras afecções da pele. As inflorescências são empregadas, sob a forma de refresco, no tratamento das crises de hemorroidas na dose de uma inflorescência para um copo d’água com açúcar, batido em liquidificador e bebido duas vezes por dia, uma pela manhã e outra à noite. O chá das raízes se atribui uma forte ação purgativa, emenagoga e antifebril.

Indicações: anemia, blenorragia, congestão do fígado, dispepsia, febre, febre tifoide, fígado, gonorreia, hemorroida, herpes, impingem, infecção, malária, pano branco, tratamento e prevenção da erisipela, sarna.

Observações: Por causa da ação tóxica das doses altas de antraquinonas sobre os rins, o emprego medicinal de preparações desta planta deve se revestir de cuidados, devendo-se evitar, especialmente em crianças, o uso de lambedor ou xarope caseiro feito com suas folhas, pois, nesta preparação, o teor dessas substâncias é aumentado e poderá provocar severa crise de nefrite aguda que pode ser fatal.

Referências bibliográficas

Lorenzi, H. & Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

Lorenzi, H. 2000. Plantas Daninhas do Brasil — terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, 3a edição. Instituto Plantaram. Nova Odessa.

Braga, R.A. 1960. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará, 2a edição, Impr. Oficial, Fortaleza. 540 pp.

Matos, F.J.A., 2002, Plantas Medicinais – guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. Impr. Universitária / Edições UFC, Fortaleza.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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