BARBATIMÃO: planta cuja casca é indicada como agente anti-inflamatório, cicatrizante, adstringente e antisséptico.

 

Nome científico: Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville

Sinonímias: Acacia adstringens Mart., Mimosa barbadetiman Vell., Stryphnodendron barbatimam Mart., Mimosa virginalis Arruda.

Família: Leguminosae-Mimosoideae

Nomes populares: barbatimão, abaramotemo, barba-de-timam, barba-de-timão, barbatimão-verdadeiro, barbatimão- vermelho, casca-da-mocidade, casca-da-virgindade, charãozinho-roxo, ibatimô, paricarana, uabatimó. 

Origem: nativa dos cerrados do Sudeste e Centro Oeste do Brasil.

Descrição botânica: árvore decídua, de copa alongada, de 4-5 m de altura, com tronco cascudo e tortuoso, de 20-30 cm de altura. Folhas compostas bipinadas, com 5-8 jugas; folíolos ovalados, em número de 6-8 pares por pina (juga). Flores pequenas, amareladas, dispostas em racemos axilares. Os frutos são vagens cilíndricas, indeiscentes, de 6-9 cm de comprimento, com muitas sementes de cor parda.

Parte da planta para uso: Casca.

Constituintes químicos:  Na sua composição química citam-se substâncias tânicas, mucilagens, flavonoides, corante vermelho, açúcar solúvel e alcaloides não determinados.

Formas de uso: O decocto da casca é indicado contra leucorreia, hemorragias, diarreia, hemorroidas, para limpeza de ferimentos e na forma de gotas contra conjuntivite. Num hospital de câncer em Jaú-SP, um medicamento preparado com o decocto de sua casca está sendo usado com sucesso para prevenir queimaduras resultantes da radioterapia. É indicado o chá de sua casca em uso externo para hemorragias uterinas, corrimento vaginal, feridas ulcerosas e para pele excessivamente oleosa, preparado puro ou em mistura com outras plantas. Para inflamações da garganta, diarreias, corrimento vaginal e hemorragias recomenda-se a administração oral do seu extrato alcoólico, preparado com 2 colheres (sopa) de casca picada em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 50% e deixado em maceração por três dias; tomar 1 colher (café) do seu coado (filtrado) um pouco diluído em água 2-3 vezes ao dia.

Indicações: é indicado para o tratamento de afecções como gonorreia, diarreia, úlceras e; como agente anti-inflamatório, cicatrizante, adstringente e antisséptico.

Observações: sua casca, rica em tanino de grande ação estíptica, é empregada na indústria de curtume e outrora muito procurada por prostitutas, daí o nome de “casca da virgindade” que até hoje lhe é aplicada.

Referências bibliográficas

Lorenzi, H. & Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras - vol. 01. Instituto Plantarum, Nova Odessa - SP.

Mors, W.B., C.T. Rizzini & N.A. Pereira. 2000. Medicinal Plants of Brazil. Reference Publications, Inc. Algonac, Michigan. 355.

Panizza, S. 1998. Plantas que curam (Cheiro de Mato) – 3ª edição. IBRASA, São Paulo.

Vieira, L.S. Fitoterapia da Amazônia — Manual de Plantas Medicinais. Ed. Agr. Ceres, São Paulo. 350 pp.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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