CAPSAICINA: capsaicinóide extraído da pimenta malagueta com efeitos benéficos sobre o sistema digestivo, cardiovascular e endócrino

 

Capsicum frutescens (pimenta malagueta)

A capsaicina é extraída da pimenta malagueta (Capsicum). É um dos principais componentes pungentes dos frutos do gênero Capsicum. Pesquisas farmacológicas mostram que ela tem efeitos benéficos sobre o sistema digestivo, cardiovascular e endócrino, bem como analgesia. A capsaicina pode atuar nas fibras aferentes primárias do nervo sensorial C, ligar a extremidade do receptor neuronal TRPV1. Na prática clínica, a capsaicina é utilizada principalmente para administração tópica. Em 2009, o FDA dos EUA aprovou a primeira receita de um adesivo de capsaicina com alta concentração para o tratamento da neuralgia pós-herpética. A maioria dos países tem medicamentos prescritos com capsaicina no mercado, mas as indicações são limitadas ao tratamento da dor. 

Capsaicina

Outros nomes: Axsain, Capsidol, Capzasin, Capsin

Nome químico: 8-Metil-N-vanilil-6-nonenamida

Fórmula molecular: C18H27NO3 

Capsaicina

A capsaicina é um dos principais componentes ativos da pimenta malagueta que é nativa das regiões tropicais das Américas Central e do Sul, onde são cultivadas há milhares de anos. No final do século XV, depois que Colombo descobriu a América, ele trouxe as pimentas para a Europa e depois passou a ser cultivada em todo o mundo. A pimenta não é apenas amplamente cultivada como vegetal em todo o mundo, mas também é usada como um remédio. Pesquisas farmacológicas modernas mostram que a capsaicina tem efeitos benéficos no sistema digestivo, cardiovascular, e sistema endócrino. Além disso, ela também pode ser utilizada para analgesia, reduzindo sintomas de resfriado e enjôo, dependência de álcool e prevenção do câncer. Na prática clínica, a capsaicina é utilizada principalmente para administração tópica, no tratamento da osteoartrite, artrite reumatoide, dor do nervo diabético, dor pós cirurgia, dor induzida por quimioterapia ou radioterapia, psoríase etc. No entanto, capsaicina pode irritar a membrana mucosa causando espirros, sangramento nasal, tosse, secreção de muco, lágrimas, broncoconstrição, dificuldades respiratórias e outros sintomas. Os principais efeitos adversos das preparações de capsaicina são, dermatite de contato, inflamação da pele ou bolhas e, em situações graves, lesões semelhantes a queimaduras. A pimenta malagueta existe amplamente na dieta humana como um ingrediente principal. A capsaicina é encontrada a mais de cem anos em diferentes medicamentos com uma variedade de atividades farmacológicas. Contudo, apenas alguns medicamentos estão no mercado. A principal razão é que a capsaicina tem reações adversas de irritação, o que limita o desenvolvimento de novas drogas com a capsaicina. Se os derivados de capsaicina puderem ser obtidos com modificações na estrutura e se tornarem menos irritantes, a perspectiva de desenvolvimento de novos medicamentos seria bastante atraente.

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