ALICINA: sulfóxido presente no alho, que é usado clinicamente para infecção microbiana, como antitumoral e diminuição da pressão arterial

 

Allium sativum L.

O alho é uma planta comestível e medicinal com uma longa história de aplicação. A alicina é uma das principais substâncias ativas do alho, que possui propriedades e estrutura simples e é fácil de ser sintetizado. Possui um amplo espectro de ação farmacológica, com atividades como, antibacteriana, antiviral, anticancerígena, diminuição da pressão arterial, e inibição da agregação plaquetária.

Alicina

Origem: Alho

Nome químico: ácido 2-propeno-1-sulfinotióico, éster s-2-propenílico

Fórmula molecular: C6H10S2O

Alicina

A alicina é um sulfóxido que está presente nos bulbos subterrâneos perenes do alho (Allium sativum L.), pertencente à família Alliaceae, é uma planta comestível e medicinal. Os primeiros relatos sobre o alho foram gravados em cerâmica do antigo Egito e dos sumérios (2600–2001 AC.). Também foi registrado em antigos livros tradicionais de medicina chinesa. O Compêndio da Matéria Médica descreveu que o alho beneficia o corpo e remove o frio do corpo. Além disso, os chineses antigos também acreditavam que o alho poderia exorcizar os maus espíritos. Como principal substância ativa do alho, a alicina foi separada por Cavallito e Bailey em 1944 a partir de alho esmagado. Cavallito primeiro esclareceu as propriedades físicas e estrutura química do aroma do alho. O alho fresco não contém alicina livre, mas apenas a aliina, seu material precursor. Quando o alho sofre esmagamento mecânico, a alinase do alho é ativada e catalisa a quebra de alliin em alicina. De acordo com relatórios de patentes nos Estados Unidos, a preparação de biossíntese de alicina vem de fontes naturais ou sintéticas, depois de ser feito em uma certa concentração de solução aquosa, é convertido em alicina por reação com alinase.  A alicina é conhecida como um fármaco antimicrobiano natural de amplo espectro. Ela pode inibir uma variedade de bactérias e é capaz de atravessar a membrana celular do patógeno e entrar no citoplasma. A bio-oxidação nas bactérias é bloqueada devido à falta de cisteína, que destrói o metabolismo normal e inibe a reprodução bacteriana. Além disso, a alicina também pode inibir uma variedade de vírus, como o vírus influenza. Estudos recentes relatam que a alicina também poderia inibir o crescimento e a reprodução de babesi in vitro, proporcionando uma forma potencial para o tratamento da doença de Babesia. A alicina também exerce um efeito protetor no coração e vasos cerebrais através da redução do colesterol total plasmático, redução da pressão arterial, inibição da atividade plaquetária, e reduzindo o hematócrito e a viscosidade sanguínea. A alicina aumenta a atividade de induzíveis óxidos nítrico sintetase (iNOS) e aumenta o nível de NO, o que resulta na vasodilatação. Estudos in vitro também descobriram que a vasodilatação da alicina está relacionada ao NO, e a alicina pode melhorar o nível de iNOS e NO em plaquetas e vilosidades placentárias bem como no coriocarcinoma. Além disso, a administração de alicina reverteu efetivamente a hiperlipidemia e aterosclerose, inibindo a peroxidação lipídica e reduzindo a nível de decomposição de glutationa e atividade de superóxido dismutase e peroxidase em ratos alimentados com colesterol alto. O sulfeto de alila, o ingrediente ativo da alicina, apresenta efeito anticancerígeno. Investigações epidemiológicas e estudos experimentais mostraram que a alicina possui efeitos inibitórios significativos nos cânceres gástrico, de cólon, de fígado e de pulmão. Resultados experimentais mostram que a alicina melhora a função imune celular em pacientes com câncer. A aliina é o precursor da alicina, que também possui atividade antitumoral significativa. Na década de 1980, descobriu-se que o crescimento do tumor S180 em camundongos era significativamente inibido por injeção de aliina ou tionina de alho. Espécies que possuem alicina nas suas composições:

REINO

FAMÍLIA

ESPÉCIES

Plantae

Alliaceae

Allium cepa 

Plantae

Alliaceae

Allium fistulosum 

Plantae

Alliaceae

Allium obliquum 

Plantae

Alliaceae

Allium sativum 

Referências Bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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