ERVA-TOSTÃO: suas raízes são utilizadas para os males do fígado, vesícula, rins e problemas urinários.

 

Nome científico: Boerhavia diffusa L.

Sinonímias: Boerhavia adscendens Willd., Boerhavia caribaea Jacq., Boerhavia coccinea Mill., Boerhavia decumbens Vahl, Boehravia erecta L., Boerhavia hirsuta Willd., Boerhavia glandulosa Anderson, Boerhavia paniculata. Rich., Boerhavia patula Dombey ex Vahl, Boerhavia polymorpha Rich., Boerhavia viscosa Lag. & Roer., Boerhavia repens L.

Família: Nyctaginaceae

Nomes populares: erva-tostão, pega-pinto, agarra-pinto, amarra-pinto, bredo-de-porco, solidônia, barriguinho, batata- de-porco, erva-de-porco, tangaracá erva-de-porco, tangaracá. 

Origem: nativa de todo o Brasil e da América tropical.  

Descrição botânica: herbácea bianual ou perene, suculenta, com muitos ramos vegetativos rasteiros e eretos, ramificados, de 50-70 cm de altura (pendão floral), com raiz tuberosa, folhas camosas, simples, glabras, de cor verde mais clara na face inferior, de 4-8 cm de comprimento. Flores pequenas, esbranquiçadas ou vermelhas, reunidas em glomérulos sobre panícuias terminais dispostos bem acima da folhagem. Os frutos são pequenas cápsulas com pêlos glandulares que se aderem à roupa e a pele.

Parte da planta para uso: A planta inteira, principalmente a raiz.

Constituintes químicos: Alcaloides (concanvalina A, boerhavina), aminoácidos, ácido boerhávico, lignanas (liriodendrina, siringaresinol-B-glicosídeo), lipo-polissacarídeos, esteróis (beta-sitosterol, campesterol), ácido ursólico, liriodendrina, ácido esteárico, flavonóides, etc. 

Formas de uso: Na forma de cataplasma das raízes moídas e fervidas é usada contra mordedura de cobra e bicho-de-pé. É também muito empregada na medicina tradicional da Índia, onde suas raízes são utilizadas para os males do fígado, vesícula, rins e problemas urinários. Na Martinica empregam-se as folhas na forma de decocção para fazer gargarejos em casos de faringite e angina. A decocção ou o suco das folhas são recomendadas como analgésicas e anti-inflamatórias.

Indicações: é indicada como hepatoprotetora, diurética, colerética, hipotensiva, antiparasitária, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-hemorrágica, antiespasmódica e imunomoduladora.

Observações: é uma planta muito comum em lavouras agrícolas perenes e áreas abertas sob distúrbio, como beira de estradas e terrenos baldios, sendo considerada na agricultura uma “planta daninha”. Não há referências sobre contraindicações, porém, pelo princípio da precaução, não é recomendado extratos desta planta na gravidez e lactação.

Referências bibliográficas

Alonso, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

DI Stasi, L.C. & Hiruma-Lima, C.A., Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica – São Paulo: editora Unesp, 2002.

HORTO DIDÁTICO UFSC: <https://hortodidatico.ufsc.br/ > Acesso em 26/07/2023

Lorenzi, H; Matos, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

Michalak, E., irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1997.

Pio Corrêa, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, Ministério da Agricultura, Imprensa Nacional, 1984.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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