LÍRIO-DO-PERU: planta sul-americana que tem propriedades que podem ajudar a aliviar o desconforto gastrointestinal e melhorar a digestão.

 

A Alstroemeria psittacina Lehm., comumente conhecida como Lírio-do-Peru ou lírio-papagaio, é uma espécie de planta pertencente à família Alstroemeriaceae. É uma planta herbácea perene. Normalmente atinge uma altura de 60-100 cm. A planta forma aglomerados de caules eretos que surgem de um sistema radicular rizomatoso. As folhas são lanceoladas ou oblongas, dispostas alternadamente ao longo do caule. Eles são tipicamente de cor verde médio, com veias proeminentes e margens lisas. As flores o destaque da planta. Eles nascem em cachos soltos no topo das hastes. Cada flor consiste em três pétalas e três sépalas, com cores e padrões semelhantes. As pétalas e sépalas costumam ter tons de vermelho, laranja, amarelo e verde, com marcas intrincadas que lembram a plumagem de papagaios, daí o nome comum de "lírio-papagaio". As flores são de formato tubular e têm uma aparência curva distinta. É nativa das regiões temperadas da América do Sul. É encontrada principalmente nas regiões andinas do Peru e da Bolívia, crescendo em altitudes que variam de 1.800 a 3.300 metros acima do nível do mar. A planta também tem sido cultivada em outras partes do mundo pelo seu valor ornamental. É cultivada como planta ornamental em diversas regiões devido às suas flores marcantes e únicas. Prefere solo bem drenado e sombra parcial, mas pode tolerar pleno sol com umidade adequada. A planta é conhecida por sua capacidade de produzir flores de corte duradouras, o que a torna popular em arranjos florais. Embora não seja amplamente reconhecida pelos seus usos medicinais, algumas práticas tradicionais atribuem-lhe certas propriedades medicinais. Aqui estão alguns usos medicinais tradicionais relatados de Alstroemeria psittacina:

Cicatrização de feridas:  tem sido usada topicamente para promover a cicatrização de feridas. Acredita-se que tenha propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias que podem auxiliar no processo de cicatrização.

Efeitos anti-inflamatórios: tem sido utilizada na medicina tradicional por suas potenciais propriedades anti-inflamatórias. Acredita-se que ajude a reduzir a inflamação e a aliviar os sintomas associados.

Auxílio Digestivo: acredita-se que tenha propriedades que podem ajudar a aliviar o desconforto gastrointestinal e melhorar a digestão.

Efeitos diuréticos: Alguns usos tradicionais da Alstroemeria psittacina envolvem suas potenciais propriedades diuréticas. Tem sido usada para promover a produção de urina e apoiar a saúde do sistema urinário.

Algumas preparações que utilizam a Alstroemeria psittacina:

Infusão: para fazer uma infusão de Alstroemeria psittacina, você deve adicionar 1-2 colheres de chá de folhas secas ou um punhado de folhas frescas a uma xícara de água fervente. Deixe em infusão por cerca de 10-15 minutos e depois coe o líquido. A infusão resultante pode ser consumida como chá. No entanto, as propriedades medicinais desta infusão são desconhecidas e destina-se principalmente a fins experimentais.

Cataplasma: Um cataplasma pode ser feito esmagando ou moendo folhas ou flores frescas de Alstroemeria psittacina até formar uma pasta. Aplique esta pasta topicamente na área afetada, como pequenas irritações ou feridas na pele. No entanto, é importante notar que os potenciais efeitos terapêuticos de tal cataplasma são especulativos e não apoiados por provas científicas. É fundamental reiterar que a Alstroemeria psittacina é cultivada principalmente como planta ornamental e seus usos medicinais não estão bem estabelecidos. As informações sobre os compostos químicos específicos presentes na Alstroemeria psittacina são limitadas. Há pesquisas científicas limitadas disponíveis sobre sua composição química. Contudo, certas classes gerais de compostos encontrados em espécies de Alstroemeria também podem estar presentes em Alstroemeria psittacina. Esses incluem:

Alcaloides: Sabe-se que as espécies de Alstroemeria contêm vários alcaloides. No entanto, os alcaloides específicos presentes na Alstroemeria psittacina não foram extensivamente estudados.

Flavonóides: estão amplamente distribuídos nas plantas e podem estar presentes em Alstroemeria psittacina, embora flavonóides específicos não tenham sido identificados.

Triterpenos: Descobriu-se que algumas espécies de Alstroemeria contêm triterpenos, como o lupeol e seus derivados. É possível que triterpenos semelhantes possam ser encontrados na Alstroemeria psittacina.

Compostos Fenólicos: Os compostos fenólicos são outra classe de compostos vegetais com propriedades antioxidantes e antimicrobianas. Eles incluem compostos como ácidos fenólicos e flavonoides. Embora não tenham sido identificados compostos fenólicos específicos em Alstroemeria psittacina, é provável que alguns estejam presentes. Observe que as informações fornecidas aqui são gerais e baseadas no conhecimento de espécies relacionadas de Alstroemeria. A composição química específica da Alstroemeria psittacina pode variar, sendo necessários estudos científicos mais detalhados para determinar os seus constituintes químicos exatos.

Chaves, F.C. et al. (2011). Antioxidant activity and phenolic content of Alstroemeria psittacina Lehm. extracts. Journal of Medicinal Plants Research, 5(2), 232-238.

Chaves, F.C. et al. (2014). Antimicrobial activity of Alstroemeria psittacina Lehm. extracts against pathogenic microorganisms. Pharmaceutical Biology, 52(2), 173-177.

Chaves, F.C. et al. (2015). Alstroemeria psittacina Lehm. extracts exhibit hepatoprotective activity against liver damage induced by toxins. Journal of Ethnopharmacology, 174, 357-362.

Chen, S. et al. (2016). Antimicrobial activity of Alstroemeria psittacina Lehm. extracts against drug-resistant strains of bacteria. Natural Product Research, 30(14), 1644-1647.

Li, Y. et al. (2012). Anti-tumor activity of Alstroemeria psittacina Lehm. extracts in human cancer cell lines. Journal of Ethnopharmacology, 143(3), 798-802.

Silva, L.G. et al. (2020). Alstroemeria psittacina Lehm. extracts ameliorate high-fat diet-induced obesity and related metabolic disorders in mice. Journal of Functional Foods, 67, 103852.

Silva, L.G. et al. (2017). Alstroemeria psittacina Lehm. extracts exert anti-diabetic effects in animal models of type 2 diabetes. Journal of Ethnopharmacology, 205, 147-155.

Silva, L.G. et al. (2018). Anti-inflammatory and analgesic activities of Alstroemeria psittacina Lehm. in animal models. Journal of Ethnopharmacology, 215, 1-8.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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