BARBA-DE-SÃO-JOÃO: erva nativa de quase todo o Brasil, indicada para dores, inflamações, artrite e artrose

 

Nome científico: Polygala paniculata L.  

Sinonímias: Polygala paniculata var. leocoptera S.F. Blake.

Família: Polygalaceae

Nomes populares: barba-de-são-joão, barba-de-são-pedro, bromil, arrozinho, alecrim-de-santa-catarina, alcaçuz-de-santa-catarina, vassourinha, ipeca-bastarda, poligala-de-flores-em-panícula.

Origem: nativa de quase todo o Brasil, principalmente na zona costeira de solos arenosos, da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Descrição botânica: erva ereta, de aparência delicada, bastante ramificada, de 25-40 cm de altura, com ramos finos, possui folhas simples, membranáceas, de 3-4 cm de comprimento. Flores pequenas, de cor branca, reunidas em panículas terminais.  

Parte da planta para uso: raízes e folhas. 

Constituintes químicos:

Saponinas triterpenóides:poligalasaponina XLIX, poligalasaponina XXXVII e poligalasaponina XI.

Flavonóides: rutina, quercetina, kaempferol e apigenina.

Xantonas: poligaxantona III e poligaxantona IV.

Fenil propanóides: coniferaldeído e sinapaldeído.

Alcalóides: poligalina, paniculatina e paniculidina.

Glicosídeos: poligalácico e poligalacitol.

Formas de uso:

Decocção

-Pegue cerca de 1-2 colheres de sopa de raízes secas de Polygala paniculata ou de planta inteira.

-Adicione-os a 2 xícaras de água em uma panela.

-Leve a mistura para ferver e cozinhe por cerca de 15-20 minutos.

-Coe a decocção e deixe esfriar.

Consumir a decocção em doses divididas ao longo do dia.

-Seque as raízes ou a planta inteira da Polygala paniculata ao sol ou com um desidratador até ficarem crocantes.

-Moa o material vegetal seco até formar um pó fino usando um almofariz e um pilão ou um moedor.

-Armazene o pó em um recipiente hermético em local fresco e seco.

-Pegue 1-2 colheres de chá do pó e misture com água morna ou mel para fazer uma pasta.

Consumir a pasta uma ou duas vezes ao dia, ou conforme orientação de um profissional de saúde.

chá

- Pegue 1-2 colheres de sopa de suas raízes secas ou planta inteira.

-Coloque-os em uma xícara de água fervente.

-Cubra o copo e deixe em infusão por cerca de 10-15 minutos.

-Coe a infusão e beba ainda quente.

Você pode adoçar a infusão com mel, se desejar.

Indicações: afecções do joelho (água no joelho, tendinite etc.), afecções nas articulações (dores, inflamações, artrite, artrose), blenorragia, dor de estômago, fortalecer os cabelos, caspa, tênia.

Observações: esta planta tem sido utilizada na medicina natural brasileira de longa data nas regiões costeiras do Sul e Sudeste, embora a eficácia e a segurança do uso de suas preparações não tenham sido, ainda, comprovadas cientificamente, sua utilização vem sendo feita com base na tradição popular.

Referências bibliográficas

Lorenzi, H. & Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

Lorenzi, H. 1982. Plantas Daninhas do Brasil. Editora Plantarura, Nova Odessa.

Mors, W.B., C.T. Rizzini & N.A. Pereira. 2000. Medicinal Plants of Brazil. Reference Publications, Inc. Algonac, Michigan.

Hamburger, M.; M. Gupta & K. Hostettmann. 1985. Coumarins from Polygala paniculata. Planta Medica 5l: 215-217.

Siqueira, N.C.S. 1983/84. Contribuição aos estudos farmacológicos de Polygala paniculata da flora do Rio Grande do Sul. Tribuna Farmacêutica (Curitiba) 51/52: 32-38.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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