SETE-SANGRIAS: planta utilizada no auxÍlio da limpeza do organismo devido as propriedades laxativas, diuréticas e antioxidantes

 

Nome científico: Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F.Macbr

Sinonímias: Cuphea balsamona Cham. & Schltdl., Lythrum carthagenense Jacq., Balsamona pinto Vand., Parsonsia balsamona (Cham. & Schltdl.) Standl. 

Família: Lythraceae  

Nomes populares: sete-sangrias, pé-de  pinto, erva-de-sangue, guanxuma-vermelha.

Origem: É nativa de toda a América do Sul e ocorre como planta ruderal de crescimento espontâneo em pastagens e terrenos baldios de todo o Brasil, sendo considerada indesejada pelos agropecuaristas.

Descrição botânica: planta anual, herbácea, ereta, pouco ramificada, de caule avermelhado e com abundante pilosidade glandulosa e áspera, de 20-50 cm de altura. Folhas simples, opostas, ásperas, de cor mais clara na face inferior, de 1,5-3,5 cm de comprimento. Flores de cor lilás, dispostas em grupos de 2-4 nas axilas foliares. Multiplica-se apenas por sementes. Existem no Brasil pelo menos mais duas espécies deste gênero com características, propriedades e nomes populares semelhantes, Cuphea racemosa (L. f.) Spreng. e Cuphea mesostemon Koehne. 

Parte da planta para uso: parte aérea.

Constituintes químicos: ácidos graxos, ácido láurico e ácido mirístico, β-sitosterol, estigmasterol, β-amirina, ácidos betulínico e ursólico, além da nova substância cartagenol.   

Formas de uso: A literatura farmacológica recomenda o uso desta planta sob a forma de chá, de xarope e de extrato alcoólico, por via oral e, em compressas locais, para fins diferentes. O chá preparado adicionando-se água fervente a uma xícara das de chá contendo uma colher das de chá da planta inteira picada, é indicado como diurético, contra arteriosclerose, hipertensão arterial e palpitação do coração, tomado na dose de uma xícara de 1 a 3 vezes ao dia.

Indicações: afecções da pele, afecção venérea, arteriosclerose, bactérias gram-positivas, colesterol, diarreia, doenças venéreas, eczema, febre, febre intermitente, feridas, furúnculos, hipertensão arterial, inchaço das pernas, inflamação das mucosas, limpeza dos intestinos e rins, palpitações cardíacas, manifestação sifílica secundária, reumatismo, sífilis, úlceras na pele.

Observações: altas doses pode causar diarreia Várias espécies de Cuphea são denominadas popularmente “sete-sangrias”. Este nome foi dado pelo caboclo brasileiro por acreditar, ainda no tempo em que se usava fazer sangria nos doentes, que seu infuso valia por sete “sangrias”. O gênero Cuphea, com mais de 200 espécies, encontra-se distribuído em vários países, sendo no Brasil a sua maior representação.

Referências bibliográficas

FRANCO, I. J.; FONTANA, V. L. Ervas e plantas: A medicina dos simples. 6.ed. Erechim: EDELBRA, 2001. 207 p.

HOEHNE, F. C. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais. São Paulo: Departamento de Botânica do Estado, 1939. p. 206-209.

HORTO DIDÁTICO UFSC: < https://hortodidatico.ufsc.br/ > Acesso em 05/03/2022

LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

LORENZI, H. 2000. Plantas Daninhas do Brasil - terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, 3ª edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa.

PANIZZA, S. 1998. Plantas que curam (Cheiro de Mato) – 3ª edição. IBRASA, São Paulo. 280 pp.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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