Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli - CHAPÉU-DE-COURO

 

Nome científico: Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli

Sinonímias: Alisma grandiflorum Cham. et Schlecht., Alisma floribundum Seub., Echinodorus argentinensis Rataj, Echinodorus sellowiarnis Buchenau, Echinodorus floribimdus (Seub.) Seub., Echinodorus grandiflorus var. aureus Fassett, Echinodorus muricatits Griseb., Echinodorus grandiflorus var. longibracteatus Rataj, Echinodorus grandiflorus var. ovatus Micheli, Echinodorus longiscapus Arechav., Echinodorus muricalus Griseb., Echinodorus muricatus Wood. et Schery.

Família:  Alismataceae

Nomes populares: chapéu-de-couro, aguapé, chá-de-campanha, chá-do-brejo, chá-de-pobre, chá-mineiro, congonha-do-brejo, erva-do-brejo, erva-do-pântano.

Origem: Planta nativa de terrenos brejosos e ácidos do continente Americano, é comumente encontrada na beira de lagoas.

Descrição botânica: herbácea ou subarbusto aquático, perene, acaule, rizomatoso, de 1-2 m de altura, Nativa de terrenos brejosos e ácidos de todo o continente Americano, inclusive o Brasil. Folhas simples, coriáceas, de 20-30 cm de comprimento, com peciolo rígido de até l,3 m de comprimento. Flores brancas, reunidas em inflorescências paniculadas amplas, dispostas acima da folhagem por meio de um longo pedúnculo originado diretamente do rizoma.

Parte da planta para uso: Folhas e raízes.

Constituintes químicos: Diterpenos (equinofilinas, equinodolideos, chapecoderinas); óleo essencial (fitol, E-cariofileno, a-humuleno e E-nerolidol); flavonóides; heterosídeos cardiotônicos; saponinas; taninos; alcalóides; sais minerais; derivados cumarínicos; iodo e resinas.

Formas de uso: O chá de suas folhas é um dos mais populares como diurético e depurativo do organismo. É usado como antirreumático, em problemas do trato urinário. Externamente, no tratamento de problemas cutâneos, inclusive para tirar manchas da pele. Na forma de bochechos e gargarejos para afecções da garganta, estomatite e gengivite. Também pode ser usado em banhos de assento, duas ou três vezes ao dia, para tratamento de prostatite. No Paraguai é utilizado como anti-hipertensivo. No Vale do Ribeira (SP) é referido o uso da infusão das folhas para o tratamento de problemas renais e hepáticos, como sedativo, em dores de cabeça, de barriga, nas costas, além de gripes e resfriados e como anti-helmíntico (Ascaris lumbricoides). A decocção das folhas é usada como analgésica especialmente contra dores de cabeça. As raízes maceradas são usadas externamente como cataplasma no tratamento de hérnias e como emplasto em casos de furúnculos, eczemas e dermatites.

Indicações:  ácido úrico, afecção da pele, afecção (rins, bexiga), amigdalite, arteriosclerose, artrite, congestão hepática, convalescença, debilidade orgânica, dermatites, distúrbios hepáticos, diurético, doenças renais e das vias urinárias, dor, edemas, erupções de pele, estomatite, faringite, feridas crônicas, gengivite, gota, gripe, hérnia, infecções urinárias, manchas da pele, nevralgias, resfriado, reumatismo, sífilis.

Observações: não deve ser usado por pessoas com pressão arterial baixa. Ela é depuradora de águas contaminadas, logo deve-se ter certeza que a planta coletada não está contaminada. O uso prolongado baixa a pressão. Nas regiões Sudeste e Nordeste ocorre outra espécie Echinodorus macrophyllus (Kunth.) Micheli, com características e nomes populares muito semelhantes, inclusive utilizada para os mesmos usos medicinais do Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli. O chapéu-de-couro (E. grandiflorus, juntamente com a erva-mate (Ilex paraguariensis) e o guaraná (Paullinia cupana), é utilizado pela indústria Mate Couro S/A desde 1948, como ingrediente de bebidas não alcoólicas.

Referências bibliográficas

HORTO DIDÁTICO UFSC: <https://hortodidatico.ufsc.br/ > Acesso em 10/01/2022

LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

LORENZI, H. 2000. Plantas Daninhas do Brasil — terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, 3a edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa.

PANIZZA, S. 1998. Plantas que curam (Cheiro de Mato) – 3ª edição. IBRASA, São Paulo. 280 pp.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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