ALAMANDA: planta ornamental que apesar de seu látex ser tóxico, é utilizado pela população na eliminação de sarna e piolhos

 

Nome científico: Allamanda cathartica L.

Sinonímias: Allamanda hendersonii buli. ex Dombrain, Allamanda cathartica var. hendersonii (Bull. ex Dombrain) L.H. Bailey & Raffill, Allamanda aubletti Pohl, Allamanda cathartica var. grandiflora Aubl., Allamanda cathartica var. williemsii Hort., Allamanda grandiflora Lam., Allamanda latifolia Presl.

Família: Apocynaceae

Nomes populares: alamanda, alamanda-amarela, alamanda-de-flor-grande, buiussu, carolina, cipó-de-leite, comandara, comandau, dedal-de-dama, orélia, purga-de-quatro-pataca, quatro-patacas, quatro-pataca-amarela, santa-maria, sete-pataca.

Origem: nativa do litoral norte, nordeste e leste do Brasil.

Descrição botânica: subarbusto lactescente, perene, trepador ou de ramos escandentes, de 2 a 3 m de altura ou de comprimento. Folhas simples subcoriáceas, glabras em ambas as faces, dispostas em verticilos de 3 folhas por nó. Flores grandes, reunidas em pequenos fascículos terminais.

Parte da planta para uso: folhas, caule e látex.

Constituintes químicos: Na sua composição química destaca-se a presença das lactonas iridóides plumericina, isoplumericina e a allamandina substância dotada de interessante propriedade antineoplásica. São registradas, também, uma cumarina e seu éter metílico. 

Formas de uso: O látex é esfregado na pele para a eliminação de sarna e piolhos; a infusão das folhas é considerada purgativa e anti-helmíntica em doses mínimas e, violentamente emética se ingerida em doses maiores). Os indígenas das Guianas utilizam o decocto de sua casca deixado algum tempo ao sol, como febrífugo em aplicação externa, esfregando-o ao corpo. Sua propriedade catártica foi confirmada em estudos farmacológicos utilizando o chá das folhas tendo se mostrado purgativo, sem provocar, porém, reação vomitiva até a dose de 10/1000; o látex mostrou-se também purgativo, porém, em doses maiores, é tóxico se ingerido.

Indicações: anti-helmíntica, purgativa, antinematódea, antifúngica e antitumoral.

Observações: embora oferecendo riscos ao usuário, é muito utilizada na medicina popular como purgativa e emética; há notas etnobotânicas para seu uso contra malária, icterícia, piolhos e picadas de serpentes;

Referências bibliográficas

Alzugaray, D. & C. Alzugaray. 1996. Plantas que curam. Editora Três, São Paulo. 2 vols.

Grenand P., C. Moretti. & H. Jacquemin. 1987. Pharmacopées Traditionnelles en Guyane: Créoles, Palikur, Wayãpi. Editorial

Lorenzi, H. & Moreira, H. 2001. Plantas ornamentais no Brasil — 3ª edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa. 1120 pp.

Moraes e Souza, M.A., M.S.B. Cavalcanti, GM. Maciel, M.C.M. Araújo & F.F. de Mello. 1980/81. Isolamento e caracterização dos constituintes ativos de Allamanda blanchetii A.DC. Rev. Inst. Antibióticos 20: 29-34.

Mors, W.B., C.T. Rizzini & N.A. Pereira. 2000. Medicinal Plants of Brazil. Reference ations, Inc. Algonac, Michigan.

Pai, B.R., P.S. Subramanian & U.K Ramdas. 1970. Isolation of plumericin and isoplumericin from Allamanda cathartica. Índia J. Chem. 8: 851.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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