PERPÉTUA: é utilizada para problemas hepáticos, depurativos e diabetes

 

Nome científico: Gomphrena globosa L.

Sinonímias: Gomphrena rubra Moq., Gomphrena tumida Seidl ex Opiz., Gomphrena globosa var. aureiflora Stuchlik., Gomphrena eriopoda Gillies ex Moq., Gomphrena globosa var. albiflora Moq., Amaranthoides globosus var. albiflorus Maza., Amaranthoides globosus Maza., Xeraea globosa Kuntze..

Família:  Amaranthaceae

Nomes populares: amaranto-globoso, amarantoide-violeta, angélica, gonfrena, imortal, manto-de-cristo, perpetinha, perpétua, perpétua-branca, perpétua-roxa, sempre-viva, suspiro, suspiro-na-Bahia, suspiro-roxo.

Origem: Índia

Descrição botânica: Subarbustos com cerca de 30cm de altura, eretos, ramosos, articulados, pilosos; pelos esparsos nos ramos adultos e abundantes nos ramos jovens, alvo-flavescentes. Folhas membranaceas, opostas, oblongo-lanceoladas, até 5cm de comprimento e 2cm de largura, agudas, base atenuada, brevipecioladas, pilosas; pelos viloso-alvescentes. Inflorescências capituliformes, globosas, terminais e axilares, pedunculadas; pedúnculos densamente viloso-alvescentes; base foliada com duas folhas ovadas e pilosas. Brácteas desiguais, mediana ovada, 3mm de comprimento, acuminada, glabra; laterais oblongos- lanceoladas, 1cm de comprimento, glabras, dorso cristado serrilhado, com cristas largas e divergentes. Perigonio violáceo ou roseo-violaceo, 8mm de comprimento. Sépalas lanceoladas, ápices dentilhados, base vilosa. Tubo estaminal menor que o comprimento das sépalas; anteras oblongo-lineares. Ovário ovado; estileta curto; estigma linear, 1mm de comprimento, papiloso. Fruto ovoide, comprimido, cerca de 2,5mm de comprimento. Sementes com aproximadamente 2mm de comprimento, lisas e brilhantes.  

Parte da planta para uso: folhas, flores e raiz.

Constituintes químicos: Estudos farmacognosticos executados com a espécie atestam a presença de flavonoides, saponinas e taninos nas flores; flavonoides, saponinas, sesquiterpenolactonas, taninos e triterpenos nas folhas e saponinas na raiz. Os principais pigmentos das inflorescências violetas de G. globosa pertencem a um grupo exclusivo das betacianinas, as gompherinas, conhecidas como isômeros estruturais de betanina. A importância desses compostos reflete-se nos trabalhos que relacionam a obtenção de corantes alimentícios. 

Formas de uso: A planta inteira e empregada como antitussígeno e com a sua fervura, usada oralmente, age sobre hemorragias fortes, principalmente menstruais. A planta é utilizada para problemas hepáticos, depurativos e diabetes, além de sua infusão ser utilizada para combater a hipertensão. O decocto de toda a planta é utilizado como diurético, na acidez estomacal, nas doenças das vias respiratórias e na digestão. Verificou-se o uso da espécie em casos de hemorragia nasal e oliguria (diminuição de excreção urinaria). , no estado de Yucatan, no Mexico, as flores desta espécie são aplicadas localmente, atuando como diaforético; e cozidas apresentam-se como emoliente e antidisentericas, via oral. As flores são utilizadas contra inflamação, administradas oralmente e preparadas via decocção. Em Santiago de Cuba as flores cozidas são tidas como excelente expectorante. Os Kallawaya empregam as flores frescas em decocção para fazer banhos contra reumatismo; frescas e em infusão para tratamento de hemorragia bucal e como expectorante.

Indicações: Contra enfermidades cardíacas, problemas hepáticos, diabete, hemorragia nasal, oligúria, depurativa, emoliente e sudorífera. Diaforética, diurética, expectorante, contra hemorragias bucais. Anti-inflamatória, antirreumática, antidisentérica e contra a rouquidão. Antimalárica, febrífuga. Digestiva, contra a acidez estomacal e doenças das vias respiratórias.

Observações: As perpétuas pálidas designação atribuída às flores de Gomphrena albiflora Moq., possuem constituição química e indicações terapêuticas idênticas às perpétuas roxas.

Referências bibliográficas

CARVALHO, A.R. de. A cura pelas plantas e diversos meios de grande poder curativo. 3.ed. São Paulo: Folco Masucci, 1972. 360p.

DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2.ed. São Paulo: UNESP, 2002.

LORENZI, H.; SOUZA, H.M. de. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 2.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2000. 1088p.

 REVILLA, J. Plantas úteis da Bacia Amazônica. Manaus: INPA, 2002.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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