BARBA DE VELHO: epífita utilizada em forma de infusão para problemas na bexiga e rins

 

Nome científico: Tillandsia usneoides (L.) L.

Sinonímias: Dendropogon usneoides (L.) Raf., Renealmia usneoides L., Strepsia usneoides (L.) Nutt. Ex Steud., Tillandsia cri­nita Willd. ex Beer, Tillandsia filiformis Lodd., Cat. ex Schultf., Tillandsia pendula hort. Louvain ex Schult.f., Tillandsia trichoides Kunth, Tillandsia usneoides var. cretacea (Mez) DC., Tillandsia usneoides var. ferruginea (André) Mez, Tillandsia usneoides var. filiformis (André) Mez, Tillandsia usneoides var. longissima (André) Mez, Tillandsia usneoides var. robusta (E. Morren ex Mez) Mez.

Família: Bromeliaceae   

Nomes populares: barba de velho, barba de pau, samambaia, barba-espanhola, barba de maca­co, barba-de-pai-ventura, cabelos-do-rei, camambaia, crina-vegetal, erva dos bardonos, samambaia de norte

Origem: Sudeste dos Estados Unidos até o sul do Chile e Argentina.

Descrição botânica:  Espécie epífita, pendente dos ramos das árvores de caule filiforme, foliáceo, com entrenós alongados, apresentando cerca de 2-4 cm; raízes ausentes na fase adulta. Folhas pouco numerosas, 3-5, dispostas ao lon­go do caule, dísticas, patentes, 2-7 cm, densamente le­pidotas; bainha amplectiva; lâmina filiforme. Escapo de 0-1 cm, não ultrapassando o comprimento das folhas, filiforme, lepidoto; brácteas de 10-40 x 3-4 mm, a ex­terna duas vezes mais longa do que a interna, imbrica­das, lepidotas. Inflorescência uniflora; escapo diminuto ou ausente. Brácteas florais acinzentadas de 5-6 x 3-4 mm, menores que as sépalas, elípticas, ápice caudado, lepidotas. Flores com sépalas de 5-6 mm, livres, lan­ceoladas, ápice agudo, lepidotas; pétalas esverdeadas ou amareladas de 9-10 mm, liguladas, ápice agudo; estames livres, inclusos, atingindo cerca de metade do comprimento das pétalas, mais longos que o gineceu, filetes retos, anteras dorsifixas; ovário elipsóide, estilete muito mais curto do que o ovário.  

Parte da planta para uso: planta toda.

Constituintes químicos: taninos flobafê-nicos e catéquicos, esteróides livres, flavonas, xantonas, flavononas, flavo­nóides, e traços de bases quaternárias na fração em acetato de etila de folhas do vegetal açúcares, ácido ascórbico e carotenóides, triterpenos contendo anéis de ciclopropano, cadeias de hidrocar­bonetos, esteróis livres e esterificados e glicosídeos flavônicos. vinte e seis triterpenóides com o esqueleto cicloartano (3,4-seco­-derivados), entre eles:(24E)-3-oxocicloartano-24-en­-(26)-al, (24)- hidroxicicloartano-(23)-en-3-one,(22E)­-(25),(26),(27)-trisnor-3-oxocicloartano-22-en-(24)-al, entre outros.

Formas de uso: é utilizado em forma de infusão para problemas na bexiga, blenorragias, rins e em forma de xarope, contra bronquite crônica. O suco da planta é utilizado de maneira tópica e contra hemorroidas. O chá também é utilizado com fins terapêuticos, sendo utilizado) no tratamento de abscesso e da dor reumática.

Indicações: tem indicação como cicatrizante de feridas externas, para reumatismo, hemorroidas, hérnias e inflamações do fígado, doenças do pulmão, coração e fígado. Seu uso em banhos quentes como sedativo ou calmante, para recuperar as forças perdidas e reconciliar o sono.

Observações: Na ausência de dados para garantir a sua segurança durante a gravidez e lactação, recomenda-se não consumir extratos dessas espécies em tais circunstâncias.

Referências bibliográficas

Arambarri, A.M. 1997 - Tillandsia L. (Bromeliaceae): Anatomy and ethno-pharmacology. Acta Horticulturae, v.503, p.133-139.

Fiorato, L. 2009 - O gênero Tillandsia L. (Bromeliaceae) no Estado da Bahia, Brasil. Instituto de Botânica da Se­cretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo.

Hoehne, F.C. 1939 - Plantas e Substâncias Vegetais Tó­xicas e Medicinais. Graphicals, São Paulo.

Körbes, C.V. 1995 - Plantas Medicinais. 45a edição. Editora Grafit, Francisco Beltrão.

Sena, K.X.F.R.; Lima, R.M.O.C.; Lima, C.S.A; Chiapetta, A.A e Andrade, M.S.A.S. 1996 - Primeiras observações sobre a atividade antitumoral e Estudo fitoquímico de Tillandsia usneoides. Anais do XIV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, Santa Catarina.

Witherup, K.M.; McLaughlin, J.L.; Judd R.L.; Ziegler, M.H.; Medon, P.J. e Keller, W.J. 1995 - Identification of 3-hydroxy-3-methylglutaric acid (HMG) as a hypoglyce­mic principle of Spanish moss (Tillandsia usneoides). Journal of Natural Products, v.58, p.1285-1290.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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