Nome científico: Berberis laurina Billb.
Sinonímias: Berberis
glavcescens A. St.-Hil., Berberis coriacea A. St.-Hil., Berberis spinulosa H.
St.-Hil., Berberis coriacea var. oblanceifolia Ahrendt.
Família: Berberidaceae
Nomes
populares: são-joão, espinho-de-são-joão, berberis,
berberis-da-terra, quina cruzeiro, raiz-de-são-joão, uva-de-espinho,
uva-espim-do-brasil, espinho-de-judeu
Origem: nativo
desde o sul de MG até o RS.
Descrição
botânica: arbusto perene, ereto, espinhento, de 2 a 3 m de altura.
Folhas simples, fasciculadas, coriáceas. de 2-7 cm de comprimento, com espinhos
tripartidos, afixados na base do fascículo. Inflorescências racemosas,
pendentes, de 9-11 cm de comprimento, com flores amarelas. Os frutos são bagas
oblongas, de cor preta com revestimento ceroso, de 5 a 7 mm de comprimento, com
1-3 sementes.
Parte da planta para uso: folhas, frutos.
Constituintes
químicos: alcaloides isoquinolínicos, hidrastina. O teor de
berberina alcança a concentração de até 2,5%, mas o conteúdo de hidrastina é
baixo. Outros alcaloides também já foram isolados em novas análises químicas.
Formas
de uso: uso de seu cozimento a 20% para o tratamento de
queimaduras e eczemas na forma de compressas, devendo-se evitar seu uso
interno. As folhas são adstringentes e usadas em gargarejos para o tratamento
de males de boca e garganta e, apesar de conter um princípio prejudicial ao
baço (5) o chá é empregado contra a malária (7). Os frutos são também
adstringentes e considerados pela medicina popular como úteis contra o
escorbuto e para aliviar os sintomas de queimaduras e eczemas pelo uso de seu
decocto.
Indicações: infecção
do aparelho urinário, distúrbio do fígado, dispepsia, queimadura leve,
homeopatia (gota, pedras nos rins, reumatismo).
Observações: pode
ocorrer vômitos e diarreia no seu uso.
Referências bibliográficas
Lorenzi,
H. & Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil:
nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.
Falco,
M.R. et al. 1968. Two new alkaloids from Berberis
laurina Billb. Tetrahedron Lett.: 1953-1959.
Gurgel,
L., O.A. Costa & R. Dias da Silva. 1934. Berberis laurina (Billb.) Thunb., Berberidácea. Estudo
anatómico, histológico e químico. Boi. Assoe. Br. Farm. 15: 11-20.
Janot,
M.M. & R. Coutarei. 1941. Une falsification ou possible
succédane du rhizome de I'Hydrastis canadensis L.: Ia Racine de Berberis
laurina Billb. Ou Racine de St. Jean. Buli. Sci. Pharmacol. 48: 215-224.
Liberalli,
C.H. & C.A. Sharovski. 1958. Os alcaloides de Berberis laurina
(Billb.) Thunb. (Raiz de São João). An. Fac. Farm. Odont. Univ. São Paulo 15:
135-158.
Lombardo,
A. et al. (sem data). Plantas de la Medicina Vulgar del Uruguay.
Talleres Gráficos Cerrito, Montevidéu. 141 pp.
Mattos,
J. R. 1967. Berberidáceas. In: Flora Ilustrada Catarinense.
Itajaí.
Mors,
W.B.; C.T. Rizzini & N.A. Pereira. 2000. Medicinal Plants of
Brazil. Reference Publications, Inc. Algonac, Michigan.
Stelfeld,
C.
1934. Um sucedâneo de Hydrastis canadensis. Tribuna Farm. 2: 142-143.