ELIXIR-PAREGÓRICO: Erva arbustiva que tem propriedades anestésica, antimicobacteriana e sialagoga

 

Nome científico: Piper callosum Ruiz et Pav.

Sinonímias: Piper benianum Trel.; Piper callosum var. franciscoanum C.DC.; Piper poiretianum C.DC.

Família: Piperaceae.

Nomes populares: Aperta-ruão, caá-peba, falso-jaborandi, matico-falso, matricá, óleo-Elétrico, panquilé, pimenta-do-fruto ganchoso, pimenta-longa, ventre-livre, elixir-paregórico

Origem: Espécie nativa, não endêmica do Brasil,

Descrição botânica: Erva arbustiva, com 0,5 a 1m de altura, internós de 3 a15cm de comprimento. Folhas alternas, cartáceas e subcoriáceas, elípticas ou elíptico-ovadas,de 5 a 16cm de comprimento e de 3,5 a 8cm de largura, ápice curtamente acuminado e base aguda, ambas as faces glabras e algo brilhosas na face ventral; pecíolo caloso; espigas curtas, com 1 a 2,5cm de comprimento e 3 a 5mm de diâmetro; flores dotadas debrácteas subpeltadas, glabras; androceu com 4 estames; gineceu com 3 estigmas assentados sobre estiletes curtos e grossos; drupa glabra subglobosa 

Parte da planta para uso: Folhas, raízes, ramos e frutos

Constituintes químicos: As folhas apresentam piperovatina, pipercallosina e pipercallosidina (Pring, 1982), safrol, beta-pineno, alfa-pineno, metil-eugenol e 1-8-cineole (Chaves et al., 2011). São encontrados ainda chavicina, jamborandina, piperitina, pirrolina, citral, meticina e tanino. O safrol é um dos constituintes mais abundantes, presente em todas as espécies deste gênero de ocorrência na Amazônia.  

Formas de uso: O chá dos ramos ou das folhas é usado internamente para acalmar dores de diversas origens, principalmente do aparelho digestivo; o emplastro é empregado no tratamento de dores reumáticas e musculares. As raízes são usadas contra picada de cobra.

Indicações: tem propriedades anestésica, antimicobacteriana e sialagoga, isto é, aumenta o fluxo de saliva

Observações: A espécie apresenta grande potencial na indústria de fármacos e cosméticos, por ser uma fonte de safrol.

Referências bibliográficas

BERG, M.E. Plantas medicinais na Amazônia: contribuição ao seu conhecimento sistemático. 3a ed. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2010. 268 p. il. (Coleção Adolpho Ducke).

CHUJUTALLI, A.V.A.; BARBARÁN, G.O.V.C. Estudio químico biodirigido in vitro sobre formasparasitarias de Leishmania spp. y Plasmodium falciparum de los extractos y fraccionesde las especies de Piper callosum (Guayusa) y Unonopsis stipitata (Vara caspi).2011. 143p. Tese (Doutorado). Universidad Nacional de la Amazonía Peruana. San Andrés.

CUNICO, M.M.; TREBIEN, H.A.; GALETTI, F.C.; MIGUEL, O.G.; MIGUEL, M.D.; AUER, C.G.; SILVA, C.L.; SOUZA, A.O. Investigation of local anesthetic and antimycobacterial activity of Ottonia martianaMiq. (Piperaceae). Anais da Academia Brasileira de Ciências, 87(4), 1991-2000, 2015.

LORENZI, H.; MATOS, J.F.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas e cultivadas.Nova Odessa: Instituto Plantarium, 2002. 512p.

MAIA, J.G S.; ZOGHBI, M.G.B.; ANDRADE, E.H.A. Plantas aromáticas na Amazônia e seus óleos essenciais. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi. 2000. 186p. il. (Coleção Adolpho Ducke).

PIMENTEL, A.A.M.P. Cultivo de plantas medicinais na Amazônia. Belém: FCAP, 1994. 114p.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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