Nome científico: Amburana cearensis
(Allemão) A.C. Sm.
Sinonímias: Amburana
claudii Schwacke & Taub.; Torresea cearensis Allemão.
Família: Fabaceae.
Nomes
populares: Amburana, amburana-de-cheiro, cerejeira, cumaru,
cumarú-das-caatingas, cumaru-de-cheiro, imburana, imburana-de-cheiro,
umburana.
Origem: A espécie é nativa, porém
não é endêmica do Brasil.
Descrição botânica: Árvore com até 15m de altura (Figura 1); tronco cilíndrico, com 20 a 120cm de diâmetro, casca com lenticelas (Figura 2), de coloração vinácea, áspera, odorífera; copa com ramos difusos, inerme. Estípulas 2, caducas. Filotaxia alterna, dística. Folha composta, imparipinada; folíolos 7-13, alterno, lanceolado-ovados, ápice obtuso-retuso, margem inteira, base arredondada, membranácea, faces adaxial e abaxial glabras; pecíolo menor que a raque. Inflorescências axilares, panículas, botões clavados. Flor breve-pedicelada (Figuras 3 e 4), monoclina, zigomorfa, brancas, aromáticas; hipanto longo, cilíndrico, pubescente; cálice tubuloso, rufo, cinco sépalas, inconspícuos; pétala 1; estandarte orbicular, ápice retuso, rosa, com estrias mais escuras, unguiculada; androceu monadelfo, estames 10, heterodínamos, alguns com filetes sigmoides próximos a antera, anteras rimosas; gineceu simples, ovário longo-etipitado, parcialmente adnato ao hipanto, parte livre cerca de 3mm de comprimento, densamente piloso, 2-ovulado, vermelho, estilete 8mm, branco. Fruto legume, superfície reticulada, deiscente no ápice, bivalvar. Uma semente, raramente duas, ovóide, negra, lisa, alada, ala membranácea, hialina, hilo basal.
Parte da planta para uso: Cascas do caule, sementes e
frutos.
Constituintes
químicos: A planta apresenta glicosídios:
4-(O-β--glucopiranosil)-hidroxi-7-(3′,4′- -diidroxi-benzoil)-benzil álcool,
4-(O-β--glucopiranosil)-hidroxi-7-(3′-metoxi-,4′-hidroxi-benzoil)-benzil
álcool; cumarinas; chalconas: 4,2’,4’-trihydroxychalcona, amburosídeo A, amburosídeo
B; canferol, isocanferideo, ácido protocatecuico, trans-3,4-dimetoxicinamato de
metila, dihidrocumarina, escopoletina, trans-3,4-dimetoxicinamato de metila,
3-metoxi-4-hidroxibenzoato de metila, catecol, guaiacol, crisofanol, lupeol, a-
e b-amirina, g-sitosterol,palmitato de metila; isoflavonas: 3’,4’-
dimethoxi-1’-(7-metoxi-4-oxo-4H-cromen-3-yl)- benzo-2’,5’-quinona,
7,8,3’,4’tetrarnetoxi-isoflavona, 3’,4’-dimetoxy-7-hydroxiisoflavona, e 6,7,4’-trimethoxi-3’-hydroxyisoflavona,
4,2’,4’-trihydroxy-3-methoxychalcone, 3,4,5- trimethoxycinnamaldehyde, 3’,4’-dimethoxy-7-hydroxyisoflavone
e 6,7,4’-trimethoxy- 3’-hydroxyisoflavona; ácido p-hidroxi-benzoico, aiapina,
estereoisômeros do ácido o-cumárico glicosilado, ácido vanílico e ácido
protocatecuico.
Formas
de uso: O infuso e o xarope da casca do caule, sementes e frutos
são utilizados no tratamento de asmas, bronquites, coqueluches, tosses como
expectorante e antirreumático. O pó das sementes torradas é usado no tratamento
de sinusite.
Indicações: Estudos farmacológicos comprovaram que a
espécie possui ação antimalárica, antiprotozoária, antifúngica, antibacteriana,
anti-inflamatória, antitumoral e efeito neuroprotetor.
Observações: é
uma das espécies mais comercializadas entre as plantas medicinais no nordeste
do Brasil
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