CARAPANAUBA: árvore amazonense cuja casca é usada como febrífugo, antimalárico, antisséptico, anti-inflamatório e no tratamento de bronquites.

 

Nome científico: Aspidosperma excelsum Benth.

Sinonímias: Aspidosperma aquaticum Ducke, Aspidosperma marcgravianum Woodson, Aspidosperma nitidum Benth., Aspidosperma nitidum Benth. ex Müll.Arg., Macaglia excelsa (Benth.) Kuntze, Thyroma nitida (Benth. ex Müll.Arg.) Miers.

Família: Apocynaceae

Nomes populares: arvore-de-mosquito, carapanauba, jacamim, marapana, pau-de-remo, sapupema.

Origem: Ocorre no vale superior do rio Amazonas

Descrição botânica: Arvore de tamanho médio com o tronco trancado e canelado, que alcança posição no dossel superior. A casca e fina, dura, muito amarga e não exsuda látex quando cortada. As folhas simples estão arranjadas em espiral e tem superfícies inferiores brancas. Os frutos deiscentes são duros como madeira e contém sementes com asas circulares. 

Parte da planta para uso: casca e látex.

Constituintes químicos: Alcaloides indólicos monoterpenoídicos, ioimbina, O-acetilioimbina, excelsinina, O-acetilexcelsinina, 16-epi-excelsinina. 

Formas de uso: A casca e usada como febrífugo, antimalárico, antisséptico, anti-inflamatório, coleretico, colagogo e no tratamento de bronquites. Pode ser usada como chá, tinturas ou compressas. A forma de extração pode ser com solventes, como extrato fluido e desidratação com ‘spray-dry’. A casca é amarga, carminativa, estomáquica e usada em casos de icterícia, sendo bastante utilizada para tratar problemas de fígado e malária. A decocção da casca do caule se aplica no tratamento de bronquites e diabetes. Considera-se que essa decocção tenha efeitos anti-inflamatórios, cicatrizantes e contraceptivos. O chá da casca e usado bronquite. A infusão desta planta é febrífuga, mas em razão de sua toxidade, deve ser preparada cuidadosamente. Uma infusão da casca e tomada para tratar inflamações dos ovários e do útero, e como cura para a diabete, problemas de estomago e câncer. O látex pode ser usado contra febres, malária e afecções do fígado. Os índios Makuna e Taiwano usam o látex para tratar lepra. Também e utilizada para tratar lesões fúngicas nos dedos dos pês. A maceração da entrecasca do caule serve para tratar bronquites e diabetes. Pedaços da casca, descritos como amargos, são mascados para curar dores de dentes pelos índios Waimiri Atroari. O xarope da casca e usado contra bronquite.

Indicações: Indicada como adstringente, desordens do baço, inflamações dos rins. Dores de dentes. antisséptico, colerético, colagogo, icterícia e problemas do fígado, antimalárica, contra bronquite, diabetes, anti-inflamatório, cicatrizante e contraceptivo, inflamações dos ovários e do útero, diabetes, problemas de estômago e câncer e como febrífuga. contra febres, malária e afecções do fígado, lepra e lesões fúngicas nos dedos dos pés.

Observações: A droga ‘Nitidina’, antimalárico do laboratório WOG, baseada nos alcaloides totais dessa planta, se mostrou ineficaz contra Plasmodium lophura.

Referências bibliográficas

ESTRELLA, E. Plantas medicinales amazonicas: realidad y perspectivas. Lima: TCA, 1995. 301p. (TCA, 28).

LE COINTE, P. Árvores e plantas úteis (indígenas e aclimadas): nomes vernáculos e nomes vulgares, calcificação botânica, habitat, principais aplacações e propriedades. 2.ed. São Paulo: Companhia

Editora Nacional, 1947. 506p. (A Amazonia Brasileira, 3).

REVILLA, J. Plantas úteis da bacia amazônica. Manaus: INPA, 2002b. v.1.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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