ERVA-DE-RATO: erva daninha que possui atividade antiviral contra o vírus da pólio, herpes e outros

 

Nome científico: Asclepias curassavica L.

Sinonímias: Asclepias aurantiaca Salisb. ,Asclepias bicolor Moench ,Asclepias curassavica f. flaviflora Tawada ,Asclepias curassavica f. kentingensis F.C.Ho ,Asclepias curassavica f. pallidiflora Griseb. ,Asclepias curassavica var. concolor Krug & Urb. ,Asclepias margaritacea Hoffmanns. ,Asclepias margaritacea Hoffmanns. ex Schult. ,Asclepias nivea subsp. curassavica (Linnaeus) Kuntze, Asclepias nivea var. curassavica (L.) Kuntze ,,Asclepias syriaca Blanco.

Família:  Apocynaceae

Nomes populares: camara-bravo, capitao-de-sala, cavalheiro-de-seda, cega-olho, chibanca, donajoana, erva-de-paina, erva-de-rato, erva-leitura, falsa-ipecacuanha, flor-de sapo, garidinha, ipecacuanhadas-antilhas, leiteira, mane-mole-mar, margaridinha, mata-olho, oficial-de-sala, paina, paina-de-sapo, paininha, seda-vegetal, suspiro.

Origem: Possui ampla distribuição geográfica desde a Florida até a América do Sul e Índias Ocidentais.

Descrição botânica: Planta herbácea ereta, glabra, com 40-100cm de altura, caule lenhoso na parte inferior, cilíndrico, sulcado, articulado, ramoso desde a base; filotaxia oposta, as vezes verticilada. Folhas pecioladas, glabrescentes, 8-10,5cm de comprimento por 2-2,5cm de largura, lanceoladas com apice agudo e base cuneada, membranaceas, face abaxial mais clara; pecíolo de 1-1,5cm. Inflorescência terminal e axilar, em umbelas bracteadas, longo-pedunculadas (pedúnculo com 1-1,5cm), com 6-15 flores cada; corona amarelo brilhante, 5mm; corola com 5 pétalas vermelho vivo, reflexas, 6mm de comprimento. Fruto em capsula fusiforme, bilocular, glabra, deiscente, até 8cm de comprimento e 13mm de diâmetro no centro, contendo sementes vermelhas ou castanhas, envolvidas em um papus. 

Parte da planta para uso: folhas, raízes, látex.

Constituintes químicoso caule possui: uscaridina, voruscarina, calotropina, uscarina, triterpenois esterificados, esterois esterificados, ácido miristico, ácido palmitico, ácido palmitoleico, ácido estearico, ácido oleico, ácido linoleico, ácido linolenico, dentre outros. Do latex foi isolado β-D-fucosidase. Os maiores componentes da espécie são afroside e gomphoside, além de outros já mencionados, ocorrendo no látex e partes aéreas da planta. 

Formas de uso: Os ramos em decocção têm uso em infecção dos olhos. O caule seco tem propriedades depurativas. As folhas e caules frescos, em decocção, são empregados por curandeiros como vomitivo, em caso de intoxicação por alimentos. O látex e utilizado como vermífugo, para o tratamento de dor de dente, na extração de dentes cariados. Quando aplicado nos dentes alivia as dores e colocado em algodão e usado como esternutatório. O látex aplicado externamente melhora abscessos do ouvido, puro e aplicado localmente sara as verrugas. Dissolvido em leite, por via oral, atua como vermífugo. As folhas são usadas nos casos de asma. Aplicadas localmente são empregadas como anti-inflamatório, antipirético, balsâmico e para reduzir a dor de cabeça. Em decocção ou cataplasma tem uso nos casos de febre, vermes e parasitas intestinais, mordidas e picadas (cobras, escorpiões e insetos), rachaduras da pele e dores.

Indicações: tem indicações como purgante, para o tratamento de câncer (nasofaringeal), tumores e verrugas. Foi observada atividade antiviral contra o vírus da pólio, herpes e outros. É depurativo, vomitivo, hemostático; contra gonorreia, diarreias. Para feridas e chagas; sífilis; dor de dente. Febre, vermes e parasitas intestinais, mordidas e picadas de cobra, escorpião e insetos, rachaduras da pele, dores, feridas. Contra úlceras da pele. Reumatismo e trata hemorragias.

Observações: Recomenda-se cuidado com o uso da planta em tratamentos medicinais, pois sua seiva leitosa (látex) pode cegar causar paralisia, dentre outros efeitos se for ingerida em doses elevadas. O látex e utilizado ainda como veneno para ratos.

Referências bibliográficas

ALBUQUERQUE, J.M. Plantas tóxicas no jardim e no campo. Belém: FCAP, 1980.

LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

LORENZI, H. 2000. Plantas Daninhas do Brasil - terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, 3ª edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa.

REVILLA, J. Plantas úteis da Bacia Amazônica. Manaus: INPA, 2002. v.1.

SCHVARTRSMAN, S. Plantas venenosas. Sao Paulo: Sarvier, 1979.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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