Nome
científico: Glycyrrhiza glabra
Sinonímias: Glycyrrhiza
glabra subsp. glandulifera (Waldst. & Kit.) Ponert, Glycyrrhiza glabra var.
caduca X.Y. Li, Glycyrrhiza glabra var. glandulosa X.Y. Li, Glycyrrhiza glabra
var. laxifoliolata X.Y. Li, Glycyrrhiza glabra var. violacea (Boiss. & Noë)
Boiss., Glycyrrhiza glandulifera Waldst. & Kit., Glycyrrhiza hirsuta Pall.,
Glycyrrhiza violacea Boiss. & Noë.
Família: Fabaceae.
Nomes populares: glicirriza, salsa, regoliz, regaliz, pau-doce, raiz-doce, alcaçus, alcaçuz-da-europa, alcaçuz-glabro, madeira-doce.
Origem: Originário da Europa
meridional e da Ásia.
Descrição
botânica: Arbusto de 90 a 120 cm de altura, com caule
esbranquiçado; folhas verdes, compostas, com até 12 folíolos, trifoliadas ou
pinadas, ovaladas ou lanceoladas; flores em espiga axilares, azuladas; frutos
achatados, com até 2 cm de comprimento, contendo de 4 a 6 sementes; rizomas e
raízes largas, profundas, com interior amarelado e epiderme negra
Parte
da planta para uso: raiz e rizoma.
Constituintes
químicos: Saponinas
(glicirrhizina 5 - 9%, glabradina, glabranina, glicirretol), ácidos
glicirréticos (aglicona da glicirrizina), flavonóides (glicosídeos do grupo
isoflavona – glabrona, flavonanonas - liquiritina; chalconas - isoliquiritina),
glabridina, óleo essencial com mais de 80 componentes (ácido hexanóico,
eugenol, estragol), cumarinas (umbeliferona e furanocumarina) ácido
glicyrrhízico e seu derivado carbenoxolona, amônia, triterpenóides oleanos.
Formas
de uso: a infusão da raiz é utilizada para inflamações do
ventre e das vias urinárias. Bochechos, para inflamações bucais e compressas para
conjuntivite aguda. Para fazer bala de
alcaçuz é necessário dissolver 500 g de alcaçuz em meio litro de água,
adicionar 250 g de goma arábica, 150 g de açúcar e 50 g de gengibre. Ferver até
a mistura adquirir a consistência de massa ou pasta. espalhar sobre uma
superfície de mármore, untada. Depois de fria, corta-se a massa e fazer as
balas: acalmar tosses e acessos de bronquite. Como vinho medicinal utilizasse
120 g de raízes de alcaçuz esmagadas, 60 g de sementes de anis e 60 g de
sementes de funcho em um litro de vinho branco. Deixar em infusão por dez dias.
Filtrar e tomar seis colheres ao dia e fazer bochechos: mau hálito, tosse.
Indicações: anti-inflamatória,
hipolipe-miante, hipoglicemiante, antimicrobiana, antitussí-gena,
cardioprotetora, gastroprote-tora, imunomoduladora, antiespasmódica,
antidispéptica e laxante.
Observações: não está bem adaptada ao Brasil. Sabor doce marcante provocado pela glycyrrhizina, 15 vezes mais doce que a sacarose. É um dos remédios mais tradicionais da medicina chinesa, sendo usada há pelo menos 3000 anos, e pelos gregos e romanos. Não deve ser utilizado por pacientes com hipertensão arterial e diabéticos tipo II, insuficiência renal, hiperestrogenismo e neoplasias hormônio-dependentes. Não é indicado na gravidez devido à presença de substâncias estrogênicas. Sua administração concomitante com corticoides e ciclofosfamida pode aumentar a atividade deles. Pode interferir em tratamentos hormonais e terapias hipoglicemiantes.
Referências bibliográficas
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et al. Plantas medicinales. 1 ed. Barcelona: Pharma Editores, S.L., 2005,
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