ERVA-BOTÃO: amplamente usada como medicação hepatoprotetora no tratamento das hepatites virais

 

Nome científico: Eclipta prostata (L.) L.

Sinonímias: Anthemis abyssinica subsp.Aby-ssinica ,Anthemis abyssinica var. abyssinica ,Anthemis bornmuelleri subsp. brachyota (Eig), Anthemis cotula subsp. hierosolymitana Eig ,Anthemis cotula var. hierosolymitana Eig ,Anthemis galilaea subsp. hierosolymitana (Eig) Yavin, Anthemis galilaea var. brachyota Eig ,Anthemis galilaea var. hierosolymitana (Eig) Yavin ,Anthemis variabilis Sessé & Moc. ,Anthemis viridis Blanco ,Artemisia viridis  Blanco

Família:  Asterales

Nomes populares: agrião-do-brejo, erva-botão, lanceta, surucuína, coacica, coatiá, quebra-pedra, sucurima, cravo-brabo, erva-botão, erva-lanceta, tangaracá.

Origem: Espécie nativa do Brasil.

Descrição botânica: Erva ou arbusto, anual, ereto ou prostrado, atingindo 0,2–0,8 m de altura. Caule com ramos cilíndricos, estriados e setosos. Folhas sésseis, cartácea, linear, estreito-elíptica ou elíptica, ápice de agudo a acuminado, margem serreada, base cuneada, setosa em ambas as faces. Capítulos solitários ou 2 ou 3 fasciculados, terminais ou axilares nos ramos, com pedúnculo 0,9–7,5 cm de comprimento. invólucro subgloboso ou campanulado, brácteas involucrais 10 ou 11, em 2 séries. Flores do raio cerca de 154, dispostas em várias séries, brancas. Flores do disco brancas, com anteras enegrecidas. Fruto cipsela 2–2,5 mm compr., lisa ou tuberculada quando madura, enegrecida ou castanha; pápus coroniforme, fimbriado, às vezes com 1 ou 2 escamas de mesmo tamanho.   

Parte da planta para uso: folhas.

Constituintes químicos: hentriacontanol, 14-heptacosanol, estigmasterol e um triterpenóide; a planta contém ainda polipeptídios, poliacetilenos, derivados do tiofeno, nicotina e glicosídios triterpênicos, desmetilwedelolactona,desmetilwedelactona-7-glicosídio, açúcares redutores, ácido wedelico, tertienilcarbinol, flavonóides, B-amirina, esteróides, ácidos protocatequico e 4-hidroxibenzoico; o seu constituinte mais importante é o flavonóide do tipo comestanol, wedelolactona, por sua atividade hepatoprotetora e imunoestimulante. 

Formas de uso: se atribui ao suco extraído das folhas, a propriedade de diminuir os sintomas provocados pela ferroada de escorpião e picada de cobra; registra ainda, propriedades colagoga, tônica, emética, purgativa, desobstruente e anti-inflamatória, especialmente para os males do fígado.

Indicações: amplamente usada como medicação hepatoprotetora no tratamento das hepatites a vírus, na medicina popular no Brasil é utilizada no combate a tosse, bronquite, asma, diarreia e sífilis. É indicada ainda como antiofídica, colagoga, antidiarreica, emética, purgativa, antitussígena, antialérgica e antioxidante.

Observações: é pouco empregada nas práticas da medicina caseira brasileira, enquanto na índia é uma das plantas principais da medicina tradicional Ayurvedica.  

Referências bibliográficas

LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

LORENZI, H. 2000. Plantas Daninhas do Brasil - terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, 3ª edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa.

PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 120-122.

PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 73-75.

FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 328-333.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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