AMAPÁ: o látex desta árvore amazonense é utilizado para tratar traumatismos, anemia e tuberculose

 

Nome científico: Parahancornia fasciculata (Poir.) Benoist

Sinonímias: Parahancornia amapa (Huber) Ducke Couma fasciculata (Poir.) Benoist, Hancornia amapa Huber, Macou-beafasciculata (Poir.) Lemee, Malouetia-lactiflua Miers, Tabernae montana fascicula-ta Poir., Thyrsanthus fasciculatus (Poir.) Miers.

Família: Apocynaceae

Nomes populares: amapa, amapa-amargoso, amapa-roxo (Amazonas); amapa-doce, amaparana, murureana (Para); amapa-branco, amapazeiro, amapazinho, amargoso, curupixa, mogno-dourado, sorva, sorva-maparajuba, sorva maparajur, Amypa (Waimiri Atroari).

Origem: Ocorre nas Guianas, no Suriname e na região norte do Brasil.

Descrição botânica: Arvore de grande porte, com os ramos novos horizontais, podendo atingir até 40m de altura, com diâmetro de 90cm ou mais. Tronco reto, cilíndrico, com base reta. A casca e lisa com exsudação latescente abundante, de sabor amargoso. Folhas opostas, curto-pecioladas, oblongas, acuminadas na base e no ápice, de tamanho variável até 22cm de comprimento por 10cm de largura, página superior glabra e inferior vermelho-ferrugínea. Inflo-rescência lateral (terminal somente nos ramos jovens), com flores branco-amareladas; cálice, corola e ovário recobertos por curta pubescência pardacenta. Os frutos são globosos com 4 a 8cm de comprimento, comestível, roxo-escuro quando maduro, unilocular, com numerosas sementes achatadas

Parte da planta para uso: Folhas e látex.

Constituintes químicos: As raízes contêm taninos e saponinas, foram isolados e identificados nas raízes os ésteres 3-β-Ο-acil lupeois, os esteroides β-sitosterol, stigmasterol e β-sitosterona, além dos triterpenos β-amirina, α-amirina, lupeol e seus derivados acetilados.

Formas de uso: Para tratamento de problemas pulmonares deve ser ingerida uma colher das de chá misturado em partes iguais ao mel de abelha, de 3 em 3 horas.  O látex do amapá é conhecido como “leche” ou “aceite de amapá”. Quando em repouso, o leite do amapá e separado em duas camadas, sendo a superior, de cor escura e constituída em grande parte de água e a inferior, uma seiva leitosa, acre, que quando consumida em dose elevada tem ação emeto-catartica, aumentando a quantidade de urina. O látex e utilizado para tratar traumatismos, principalmente do tórax, anemia, dermatoses e tuberculose. Os índios Palikur da Guiana Francesa tomam o látex com leite para o tratamento de úlceras intestinais. Tanto o látex quanto a casca são usados também como um tônico e anti-sifilis. Quando ingerido in natura é considerado fortificante. E empregado, externamente, em golpes e feridas, como cicatrizante e, também como resolutivo nas contusões, na forma de emplastros. O emplastro deve ficar aderido sobre as regiões traumatizadas de quatro a dez dias, destacando-se após sumir a inflamação. Em Manaus, encontra-se um xarope elaborado a partir do látex, que e empregado no tratamento de tosse e doenças pulmonares. O látex pode ser usado ainda contra resfriados e como fortificante devendo- se preparar um xarope com folhas fervidas de carucaa, misturadas com amapá e mel de abelha.

Indicações: tratamento de asmas, bronquites, debilidade física e problemas pulmonares de modo geral.

Observações: E muito semelhante com a Parahancornia peruviana e pode ser confundido com o Brosimum, que é uma planta da família das moraceas, conhecida como amapá-doce. Na língua tupi, Amapá significa o lugar da chuva

Referências bibliográficas

AMOROZO, M.C.M.; GELY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo Amazonas, Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Serie Botanica, v.4, n.1, p.47-131, 1988.

CAVALCANTE, P.B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 1972. 84p. (Publicações avulsas, 17).

CORREA, M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Colaboração de Leonan de A. Penna. Rio de Janeiro: IBDF, 1984. 6v.

LE COINTE, P. Árvores e plantas úteis (indígenas e aclimadas): nomes vernaculos e nomes vulgares, classificacao botanica, habitat, principais aplicações e propriedades. 2.ed. Sao Paulo: Companhia Editora Nacional, 1947. 506p. (A Amazonia Brasileira, 3).

MATTA, A.A. Flora médica brasiliense. 3.ed. Manaus: Valer, 2003. 356p. (Serie Poranduba, 3).

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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