CAFEÍNA: alcaloide que estimula o sistema nervoso central (SNC), aumentando o estado de alerta e, às vezes, causando inquietação e agitação

 

Coffea arabica (Café)

A cafeína é um alcaloide metilxantina encontrado nas sementes, nozes ou folhas de várias plantas nativas da América do Sul e do Leste Asiático que está estruturalmente relacionada à adenosina e atua principalmente como um antagonista do receptor de adenosina com atividades psicotrópicas e anti-inflamatórias. Após a ingestão, a cafeína se liga aos receptores de adenosina no sistema nervoso central (SNC), o que inibe a ligação da adenosina. É um composto químico de fórmula C8H10N4O2 — classificado como alcaloide do grupo das xantinas e designado quimicamente como 1,3,7-trimetilxantina. É utilizado para uma variedade de finalidades, incluindo certas condições respiratórias do recém-nascido prematuro, alívio da dor e combate à sonolência. Ela é semelhante em estrutura química à teofilina e à teobromina.

Cafeína

Pode ser proveniente principalmente da planta chamada Coffea arabica (café), mas também ocorre naturalmente nos grãos da Theobroma cacao (cacau).  A cafeína estimula o sistema nervoso central (SNC), aumentando o estado de alerta e, às vezes, causando inquietação e agitação. Relaxa o músculo liso, estimula a contração do músculo cardíaco e melhora o desempenho atlético. Ela promove a secreção de ácido gástrico e aumenta a motilidade gastrointestinal. 

Cafeína

O antagonismo do receptor de adenosina no receptor A1 pela cafeína estimula efeitos inotrópicos no coração. O bloqueio dos receptores de adenosina promove a liberação de catecolaminas, levando a efeitos estimulatórios que ocorrem no coração e no resto do corpo. Nos vasos sanguíneos, a cafeína exerce antagonismo direto dos receptores de adenosina, causando vasodilatação. Estimula as células endoteliais na parede dos vasos sanguíneos a liberar óxido nítrico, potencializando o relaxamento dos vasos sanguíneos. A liberação de catecolaminas, no entanto, antagoniza isso e exerce efeitos inotrópicos e cronotrópicos no coração, levando à vasoconstrição. Os efeitos vasoconstritores da cafeína são benéficos nas enxaquecas e em outros tipos de dor de cabeça, normalmente causadas pela vasodilatação cerebral. Finalmente, a cafeína atua como um diurético suave. 

A cafeína é encontrada em muitas de espécies de plantas, abaixo apenas algumas delas:

REINO

FAMILIA

ESPÉCIES

Animalia

Hominidae

Homo sapiens (Urine)

Plantae

Aquifoliaceae

Ilex cornuta

Plantae

Aquifoliaceae

Ilex paraguariensis

Plantae

Aquifoliaceae

Ilex paraguayensis

Plantae

Caricaceae

Carica papaya

Plantae

Loranthaceae

Scurrula atropurpurea

Plantae

Lythraceae

Punica granatum

Plantae

Malvaceae

Cola acuminata

Plantae

Malvaceae

Cola sp.

Plantae

Malvaceae

Cola spp.

Plantae

Malvaceae

Firmiana simplex

Plantae

Malvaceae

Theobroma cacao

Plantae

Malvaceae

Theobroma grandiflorum

Plantae

Rubiaceae

Coffea arabica

Plantae

Rubiaceae

Coffea canephora

Plantae

Rubiaceae

Coffea dewevrei

Plantae

Rubiaceae

Coffea eugeniodes

Plantae

Rubiaceae

Coffea eugenioides

Plantae

Rubiaceae

Coffea excelsa

Plantae

Rubiaceae

Coffea kianjavatensis

Plantae

Rubiaceae

Coffea liberica

Plantae

Rubiaceae

Coffea racemosa

Plantae

Rubiaceae

Coffea salvatrix

Plantae

Rubiaceae

Coffea spp

Plantae

Rubiaceae

Coffea spp.

Plantae

Rutaceae

Citrus limon

Plantae

Rutaceae

Citrus maxima

Plantae

Rutaceae

Citrus paradisi

Plantae

Sapindaceae

Paullinia cupana

Plantae

Sapindaceae

Paullinia trifoliata

Plantae

Theaceae

Camellia assamica

Plantae

Theaceae

Camellia irawadiensis

Plantae

Theaceae

Camellia kissi

Plantae

Theaceae

Camellia sinensis

Plantae

Theaceae

Camellia sinensis var. sinensis

Plantae

Theaceae

Camellia taliensis

Plantae

Theaceae

Camellia thea

Plantae

Theaceae

Camellia toliensis

Plantae

Theaceae

Thea siensis

Referências Bibliográficas

Altimari, L. R., Cyrino, E. S., Zucas, S. M., & Burini, R. C. (2000). Efeitos ergogênicos da cafeína sobre o desempenho físico. Revista Paulista de Educação Física, 14(2), 141-158.

Arnaud, M. J. (1987). The pharmacology of caffeine. Progress in drug research/Fortschritte der Arzneimittelforschung/Progrès des recherches pharmaceutiques, 273-313.

Benowitz, N. L. (1990). Clinical pharmacology of caffeine. Annual review of medicine, 41(1), 277-288.

Curatolo, P. W., & Robertson, D. (1983). The health consequences of caffeine. Annals of Internal Medicine, 98(5_Part_1), 641-653.

dos Reis, M. S., Peron, A. P., & Vicentini, V. E. P. (2001). Ação do café e da cafeína no organismo. Arquivos do Mudi, 5(2), 21-25.

Ferré, S. (2008). An update on the mechanisms of the psychostimulant effects of caffeine. Journal of neurochemistry, 105(4), 1067-1079.

Gomide, L. M. M. (2019). Cafeína e café: a dualidade entre seus efeitos tóxicos e antioxidantes. Revista InterSaúde, 1(1), 73-85.

Nawrot, P., Jordan, S., Eastwood, J., Rotstein, J., Hugenholtz, A., & Feeley, M. (2003). Effects of caffeine on human health. Food Additives & Contaminants, 20(1), 1-30.

Spiller, G. A. (Ed.). (1998). Caffeine (pp. 225-231). Boca Raton, FL, USA:: CRC Press.

Smith, A. (2002). Effects of caffeine on human behavior. Food and chemical toxicology, 40(9), 1243-1255.

Zimmer, M. B., & Bressan, M. S. (2014, October). Cafeína e seus efeitos no organismo. In II Salão de Iniciação Científica Jr.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem