ALOÍNA: glicosídeo que possui uma ampla gama de atividades farmacológicas

 

Aloe arborescens

Aloína é um ingrediente ativo encontrado nas folhas de plantas medicinais do gênero Aloe.  Possui uma ampla gama de atividades farmacológicas, incluindo potencial antitumoral, anti-inflamatório, ante osteoporótico, protetor de órgãos, antiviral, antimicrobiano, antiparasitário e laxante. Além disso, regula os lipídios e a glicose no sangue e melhora os efeitos da dor neuropática, retratando um grande potencial para serem transformados em medicamentos e produtos de saúde promissores.

Aloína

 O primeiro registro do uso terapêutico de aloe vera foi feito na Mesopotâmia por volta do ano 2.100 a.C. No Egito Antigo, Cleópatra teria usado derivados da planta nos cuidados com a pele e cabelos. O romano Dioscórides, considerado o fundador da Farmacognosia (ramo da Farmácia que estuda as substâncias medicinais em seu estado natural), relatou o gosto amargo e o cheiro forte de substratos da babosa e sua eficácia no tratamento de irritações de pele, de feridas e de furúnculos. A palavra aloe provavelmente vem de alloeh, que em árabe significa “substância amarga e brilhante”. A planta chegou ao mercado europeu no fim dos anos 1690 e, a partir de então, popularizou-se por seus efeitos purgativos. Farmacopeias de vários países a reconheceram como droga oficial no início do século 20.

 

Aloína

Hoje se sabe que a substância responsável pelos efeitos laxativos é a aloína. Ela está presente em um líquido de cor marrom-escura, expelido pela superfície das folhas da planta quando elas são cortadas. Das partes mais internas das folhas se extrai um gel, que não contém quantias significativas de aloína e é usado sobretudo na preparação de cosméticos. Atualmente, a aloína não é a primeira opção para tratamentos que demandem o uso de laxantes, pois ela gera efeitos colaterais como cólica e náusea. Nos Estados Unidos, seu uso em medicamentos de venda livre (que prescindem de prescrição médica) foi proibido. No Brasil, a Anvisa vetou o uso de aloe vera em alimentos e bebidas, mas a comercialização de laxantes fitoterápicos feitos com a planta ainda é permitida.

O anetol é encontrado em muitas de espécies de plantas, abaixo algumas delas:

REINO

FAMILIA

ESPÉCIES

Plantae

Asphodelaceae

C

Plantae

Asphodelaceae

Aloe barbadensis

Plantae

Asphodelaceae

Aloe berhana

Plantae

Asphodelaceae

Aloe boylei

Plantae

Asphodelaceae

Aloe castanea

Plantae

Asphodelaceae

Aloe ferox

Plantae

Asphodelaceae

Aloe marlothii

Plantae

Asphodelaceae

Aloe megalacantha

Plantae

Asphodelaceae

Aloe perryi

Plantae

Asphodelaceae

Aloe pulcherrima

Plantae

Asphodelaceae

Aloe rivae

Plantae

Asphodelaceae

Aloe sabaea

Plantae

Asphodelaceae

Aloe saponaria

Plantae

Asphodelaceae

Aloe spp.

Plantae

Asphodelaceae

Aloe striata

Plantae

Asphodelaceae

Aloe vera

Plantae

Polygonaceae

Rumex acetosa

Plantae

Polygonaceae

Rumex acetosella

Plantae

Polygonaceae

Rumex confertus

Plantae

Polygonaceae

Rumex crispus

Plantae

Polygonaceae

Rumex hydrolapathum

Plantae

Polygonaceae

Rumex obtusifolius

Plantae

Rhamnaceae

Rhamnus cathartica

Plantae

Rhamnaceae

Rhamnus frangula

Plantae

Rhamnaceae

Rhamnus purshiana

Referências Bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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