Centela
asiatica
As saponinas triterpênicas são uma das classes abundantes de fitoquímicos presentes em diferentes plantas e está presente em diferentes culturas agrícolas como espinafre, beterraba, soja e alfafa. A Asiaticoside é uma saponina triterpênica que têm propriedades hipocolesterolêmicas, atividades anti-inflamatórias, antifúngicas e apresentam efeitos anticoncepcionais. O grupo mais proeminente de compostos biologicamente ativos na Centela asiatica são os triterpenos incluindo a asiaticosídeo, o ácido asiático e madecássico. Remédios à base de centela fazem parte da medicina tradicional indiana (ayurveda) há milênios – indicados, por exemplo, para revitalizar os nervos e as células cerebrais. A planta foi inclusive descrita por Sushruta (médico que viveu no século 6 a.C. e posteriormente considerado uma divindade) em um dos principais tratados de medicina do sistema terapêutico indiano. A erva também é historicamente usada por povos de Java e outras ilhas da Indonésia. Na China, onde a espécie é chamada de gotu kola/i>, preparações feitas com a planta são milenarmente tidas como elixires miraculosos. Outras aplicações tradicionais incluem purificar o sangue, melhorar a memória, promover a longevidade e tratar pressão alta. Além disso, curandeiros de vários lugares da Ásia historicamente associam o uso de centela ao tratamento de transtornos emocionais, como depressão. No século 19, a Centella asiatica e seus extratos foram incorporados à farmacopeia indiana, que faz menção ao uso da planta para cicatrizar feridas e para tratar várias doenças de pele, como lepra, lúpus, úlcera varicosa, eczema, psoríase, além de diarreia e febre. Ao longo do século 20, a molécula de asiaticosídeo foi identificada e alguns estudos mostraram sua eficácia para tratamento de lepra.
Asiaticoside
Atualmente, é usada pela indústria farmacêutica principalmente como princípio ativo de fitoterápicos indicados para tratamento de insuficiência venosa nos membros inferiores. Alguns produtos para combater celulite também têm extratos da planta, embora os resultados não tenham sido comprovados cientificamente. Especialistas acreditam que novas pesquisas são necessárias para que os potenciais terapêuticos da planta sejam mais bem conhecidos.Possui um sabor doce, acre e fresco, e é amplamente utilizado em vários medicamentos como antidepressivo, anti-inflamatório, antitumoral e antioxidante. Estudos apontam que ela inibe a apoptose das células neurais, protege as células nervosas, melhora a memória e diminui a dor, possui efeitos cicatrizantes, antiulcerosos, anti-hepatofibróticos e atividades antioxidantes. Estudos mostraram ainda que o asiaticoside tem mecanismo protetor contra hepatotoxicidade induzida por produtos químicos. No sistema nervoso central, a asiaticosídeo demonstrou atenuar o dano neuronal in vitro causado pela exposição a proteina β-amilóide, formadora de placas no cérebro que provocam o desenvolvimento do Alzheimer.
Placas
de β-amilóide
Estudos
in vivo demonstraram que o Asiaticosídeo pode atenuar alterações
neurocomportamentais, neuroquímicas e histológicas em animais com oclusão focal
transitória da artéria cerebral média. Além disso, o Asiaticoside mostrou
efeitos ansiolíticos em animais com estresse agudo e crônico. No entanto, suas
propriedades neuroprotetoras na excitotoxicidade induzida por glutamato não
foram totalmente estudadas.
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