ESCAPOLAMINA: alcaloide tropânico que é o principal componente ativo produzido por plantas da família das beladonas , que historicamente têm sido usadas como drogas psicoativas

 

Atropa belladonna (Belladona)

A escopolamina também conhecida como hioscina, é um alcaloide tropânico derivado de plantas da família das beladonas (Solanaceae), especificamente Hyoscyamus niger e atropa belladonna, com propriedades anticolinérgicas, antieméticas e antivertiginosas. Ela pertence à família de drogas antimuscarínicas e atua bloqueando alguns dos efeitos da acetilcolina no sistema nervoso. Foi descrita pela primeira vez em 1881 e começou a ser usada para anestesia por volta de 1900.  É o principal componente ativo produzido por certas plantas da família das beladonas , que historicamente têm sido usadas como drogas psicoativas(conhecidos como delirantes) devido aos seus efeitos alucinógenos induzidos por antimuscarínicos em doses mais altas.

 

Escopolamina

 Estruturalmente semelhante à acetilcolina, a escopolamina antagoniza a atividade da acetilcolina mediada por receptores muscarínicos localizados em estruturas inervadas por nervos colinérgicos pós-ganglionares, bem como em músculos lisos que respondem à acetilcolina, mas carecem de inervação colinérgica. O agente é usado para causar midríase, cicloplegia, para controlar a secreção de saliva e ácido gástrico, para retardar a motilidade intestinal e prevenir vômitos. A acetilcolina (ACh) é um neurotransmissor que pode sinalizar através de canais catiônicos controlados por ligantes (receptores nicotínicos) e receptores muscarínicos acoplados à proteína G (mAChRs). A sinalização de ACh via mAChRs localizados no sistema nervoso central (SNC) e na periferia pode regular a contração do músculo liso, secreções glandulares, frequência cardíaca e vários fenômenos neurológicos, como aprendizado e memória.

 

Escopolamina

A escopolamina atua como um inibidor competitivo não seletivo de mAChRs M1-M5, embora com inibição M5 mais fraca; como tal, a escopolamina é um anticolinérgico com vários efeitos adversos e terapêuticos dependentes da dose. O(s) mecanismo(s) exato(s) de ação da escopolamina permanecem pouco compreendidos. Evidências recentes sugerem que o antagonismo de mAChR M1 (e possivelmente M2) em interneurônios atua através da inibição da liberação de neurotransmissores a jusante e subsequente ativação de neurônios piramidais para mediar respostas neurológicas associadas ao estresse e à depressão. Antagonismo semelhante dos receptores M4 e M5 está associado a potenciais benefícios terapêuticos em condições neurológicas, como esquizofrenia e transtornos por abuso de substâncias narcóticas.

A escopolamina é encontrada em muitas de espécies de plantas, abaixo algumas delas:

REINO

FAMÍLIA

ESPÉCIES

Plantae

Fumariaceae

Corydalis yanhusuo

Plantae

Solanaceae

Anisodus acutangulus

Plantae

Solanaceae

Anisodus belladonna

Plantae

Solanaceae

Anisodus tanguticus

Plantae

Solanaceae

Anthocercis fasciculata

Plantae

Solanaceae

Anthocercis myoporoides

Plantae

Solanaceae

Anthocercis pannosa

Plantae

Solanaceae

Anthocercis viscosa

Plantae

Solanaceae

Anthocercis walcottii

Plantae

Solanaceae

Anthotroche myoporoides

Plantae

Solanaceae

Anthotroche pannosa

Plantae

Solanaceae

Anthotroche walcottii

Plantae

Solanaceae

Atropa baetica

Plantae

Solanaceae

Atropa belladona

Plantae

Solanaceae

Atropa bella-donna

Plantae

Solanaceae

Atropa belladonna

Plantae

Solanaceae

Brugmansia arborea

Plantae

Solanaceae

Cyphanthera anthocercidea

Plantae

Solanaceae

Datura arborea L.

Plantae

Solanaceae

Datura candida

Plantae

Solanaceae

Datura ceratocaula

Plantae

Solanaceae

Datura clorantha

Plantae

Solanaceae

Datura ferox

Plantae

Solanaceae

Datura fustuosa

Plantae

Solanaceae

Datura innoxia

Plantae

Solanaceae

Datura kymatocarpa

Plantae

Solanaceae

Datura lanosa

Plantae

Solanaceae

Datura leichardtii

Plantae

Solanaceae

Datura metel

Plantae

Solanaceae

Datura meteloides

Plantae

Solanaceae

Datura myoporoides

Plantae

Solanaceae

Datura pruinosa

Plantae

Solanaceae

Datura quercifolia

Plantae

Solanaceae

Datura rosei

Plantae

Solanaceae

Datura sanguinea

Plantae

Solanaceae

Datura stramonium

Plantae

Solanaceae

Datura tatula

Plantae

Solanaceae

Duboisia arenitensis

Plantae

Solanaceae

Duboisia hopwoodii

Plantae

Solanaceae

Duboisia leichhardtii

Plantae

Solanaceae

Duboisia myoporoides

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus albus

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus aureus

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus bohemicus

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus boveanus

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus canariensis

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus desertorum

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus gyorffi

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus muticus

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus niger

Plantae

Solanaceae

Hyoscyamus pusillus

Plantae

Solanaceae

Mandragora autumnalis

Plantae

Solanaceae

Mandragora autunnale

Plantae

Solanaceae

Mandragora officinarum L.

Plantae

Solanaceae

Mandragora turcomanica Mizger

Plantae

Solanaceae

Mandragora vernalis

Plantae

Solanaceae

Physochlaina alaica

Plantae

Solanaceae

Physochlaina orientalis

Plantae

Solanaceae

Scopolia carniolica

Plantae

Solanaceae

Scopolia japonica

Plantae

Solanaceae

Scopolia parviflora

Plantae

Solanaceae

Symonanthus aromaticus

Referências Bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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