Cinchona
ledgeriana (Chichona)
A exemplo
do quinina, a quinidina é um alcaloide presente na casca de cinchona. As duas
moléculas têm a mesma estrutura, mas diferem na maneira como os átomos estão
espacialmente arranjados. Possui efeitos antiarrítmicos e antimaláricos de
classe 1A. Ela exerce sua atividade antimalárica atuando principalmente
como um esquizonticida intra-eritrocítico através da associação com o polímero
heme (hemazoína) no vacúolo alimentar ácido do parasita, evitando assim a
polimerização posterior pela enzima heme polimerase. Isso resulta em
acúmulo de heme tóxico e morte do parasita.
Quinidina
No século 18, o médico do rei Luís XV percebeu que palpitações longas e repentinas cessavam com o uso do febrífugo feito com a casca da planta. No século 19, a quinidina foi descrita como o “ópio do coração”. Em 1912, um médico alemão começou a tratar arritmia cardíaca com o quinino, alcaloide parecido com a quinidina. Mas nem sempre obtinha sucesso. A razão para isso só foi descoberta quatro anos depois: entre os alcaloides presentes na cinchona, a quinidina (e não o quinina) é o mais efetivo para tais distúrbios do coração. O remédio foi introduzido no mercado em 1938, como comprimidos de sulfato de quinidina de 200 mg. A quinidina também é usada para tratamento intravenoso da malária, especialmente em pacientes incapazes de tomar a medicação oral. Em 2010, foi lançado um fármaco à base de quinidina para tratamento de transtorno da expressão emocional involuntária, caracterizado por episódios de riso ou choro incontroláveis.
Quinidina
A
quinidina é a droga antiarrítmica mais frequentemente prescrita, apesar do
desconforto sobre suas possíveis ações pró-arrítmicas. Essa cautela
necessária com o uso da quinidina foi, entretanto, reconhecida
precocemente. Embora o efeito benéfico do quinino nas “palpitações
rebeldes” tenha sido descrito no século 18, observou-se quase desde o
início que pequenas doses da quinidina, podem ocasionalmente resultar em
reações idiossincráticas perigosas. Inicialmente utilizada em pacientes
com fibrilação atrial, a quinidina foi posteriormente amplamente utilizada como
droga antiarrítmica, uma vez que é menos imunotóxica do que a procainamida e
não possui ações anticolinérgicas e inotrópicas negativas.
Espécies
onde é encontrado a quinidina:
REINO |
FAMÍLI |
ESPÉCIES |
Plantae |
Apocynaceae |
Aspidosperma marcgravianum L. |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona ledgariana |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona ledgeriana |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona officinalis |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona pubescens |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona robusta |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona sp. |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona spp. |
Plantae |
Rubiaceae |
Cinchona succirubra |
Plantae |
Rubiaceae |
Remijia pedunculata |
Referências
Bibliográficas
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