CAMBARÁ: arbusto perene utilizado como diurético, expectorante, anti-hemorrágico e antirreumático

 

Nome científico: Lantana camara L.

Sinonímias: Lantana aculeata L., Lantana armata Schauer, Lantana crocea var. guatemalensis Loes., Lantana glandulosis-sima Hayek, Lantana hirsuta M. Martens & Galeotti, Lantana hirta fo.ternata Moldenke, Lantana hispida var. ternata Moldenke, Lantana horrida Kunth,  Lantana mista L., Lantana moritziana Otto & A. Dietr., Lantana scandens Moldenke,  Lantana scorta Moldenke, Lantana tiliifolia Cham.

Família:  Verbenaceae

Nomes populares:  Camará, camarajuba, camará-juba, camará-de-espinho, camará-zinho, cambará-de-cheiro, cambará-de-espinho, cambará-verdadeiro, camará-de-chumbo, camara-vermelha, camara-miúda, erva-chumbinho, erva-sagrada, milho-de-grilo.

Origem: Originária das Américas e com distribuição cosmopolita

Descrição botânica: arbusto perene, com alturas variando de 30 cm a 2 m. Seu caule, bastante ramificado, possui filotaxia oposta cruzada, com folhas hirsutas e discolores, de formato ovalado, grossas e rugosas, com aroma intenso, semelhante ao da erva-cidreira.

Parte da planta para uso: folhas raiz, flores, seiva.

Constituintes químicos:  alcaloide, lantanina, lantadene A e B e triterpenóide.

Formas de uso: É usado na forma de infuso, decocto, extrato fluido, tintura, xarope, elixir e vinho. Para dor de ouvido é utilizado a seiva (uso local); como diurético, tônico e estimulante, febrífugo, sudorífero, estomacal, béquico, expectorante, doenças das vias respiratórias é feito uma Infusão das folhas. Tomar quatro a cinco xícaras por dia; para reumatismo deve ser feito um decocto e xarope das raízes (uso interno) ou tintura (uso externo). Muito útil na escabiose, anti-inflamatório em banhos contra o reumatismo, balsâmico, expectorante, antiespasmódico, usado nas doenças das vias respiratórias, atua pela lantanina como antipirético.

Indicações: é utilizado como diurético, expectorante, anti-hemorrágico, antirreumático, febrífugo, e suas raízes como anticonvulsivo.

Observações: É importante ressaltar a necessidade de cautela ao utilizar a planta para fins medicinais, pois suas folhas e frutos são tóxicos quando verdes, diferentemente dos frutos maduros que não apresentam toxicidade e são consumidos pelos animais. é considerada uma planta invasora, extremamente problemática, com efeitos negativos em mais de 60 países. Foi difundida por colonizadores britânicos devido ao seu caráter ornamental e tornou-se invasiva em muitas partes da África, Ásia e Oceania; hoje em dia, muitos estudos são realizados buscando estratégias que controlem sua proliferação e reduzam os impactos negativos na agricultura e na vegetação nativa das áreas afetadas.

Referências bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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