XANTOTOXINA: furocumarina empregada principalmente no tratamento de certas doenças da pele, como psoríase, vitiligo e linfoma cutâneo de células T

 

Cnidium monnieri

A xantotoxina, também conhecida como metoxsalen, é um composto químico de ocorrência natural pertencente à classe das furanocumarinas lineares. Pode ser encontrado em várias plantas, incluindo certas frutas cítricas, salsa e aipo. A xantotoxina é conhecida por suas propriedades fototóxicas, o que significa que se torna tóxica quando exposta à luz solar ou à radiação ultravioleta (UV). 

Xantotoxina

No campo da medicina, a xantotoxina tem sido usada em um procedimento chamado terapia com psoraleno mais ultravioleta A (PUVA). Esta terapia é empregada principalmente no tratamento de certas doenças da pele, como psoríase, vitiligo e linfoma cutâneo de células T. O processo envolve a administração da xantotoxina por via oral ou tópica, seguida da exposição à radiação UVA, que ativa o composto e auxilia no tratamento da condição da pele. É importante observar que a xantotoxina só deve ser usada sob supervisão médica, pois o uso inadequado pode levar a efeitos adversos.

Xantotoxina

O composto pode causar reações de fotossensibilidade, resultando em irritação da pele, vermelhidão ou queimaduras quando exposto à luz solar ou fontes artificiais de UV. Precauções como uso de roupas de proteção, protetor solar e evitar a exposição ao sol após a administração da xantotoxina são essenciais para minimizar o risco de reações adversas.

A estrutura química da xantotoxina:

Fórmula química: C12H8O4

Peso molecular: 216,19 g/mol

Nome IUPAC: 7H-furo[3,2-g][1] benzopiran-7-ona

A xantotoxina é encontrada em várias fontes vegetais, incluindo:

Cnidium monnieri: A xantotoxina é um dos psoralênicos identificados nas sementes de Cnidium monnieri, planta utilizada na medicina tradicional chinesa para diversos fins medicinais.

Ammi majus: Comumente conhecida como erva daninha do Bispo ou renda da Falsa Rainha Ana, Ammi majus é uma planta que contém xantotoxina. Tem sido tradicionalmente usado na medicina tradicional por seus potenciais benefícios relacionados à pele.

Pastinaca sativa: ou pastinaca selvagem, é outra planta conhecida por conter xantotoxina. É um membro da família Apiaceae e tem sido usado na medicina tradicional por suas propriedades medicinais.

Principais usos da xantotoxina na medicina:

Psoríase: A xantotoxina, quando usada na terapia com PUVA, mostrou eficácia no tratamento da psoríase, uma condição inflamatória crônica da pele. A terapia PUVA combina a administração de psoralênicos, incluindo xantotoxinas, com exposição à radiação ultravioleta A (UVA). O psoraleno sensibiliza a pele à radiação UVA, que ajuda a reduzir o crescimento celular anormal da pele e a inflamação associada à psoríase.

Vitiligo: A xantotoxina na terapia PUVA também tem sido usada para o tratamento de vitiligo, uma condição caracterizada pela perda de pigmentação em manchas da pele. A combinação de administração de psoraleno e radiação UVA ajuda a repigmentar as áreas afetadas estimulando a atividade dos melanócitos.

Linfoma cutâneo de células T (LCCT): a terapia com PUVA, incluindo o uso de xantotoxina, demonstrou eficácia no tratamento de certos tipos de LCCT, uma forma de linfoma não-Hodgkin que afeta principalmente a pele. Pode ajudar a reduzir a proliferação anormal de células T malignas e aliviar os sintomas associados.

A terapia PUVA requer dosagem e tempo cuidadosos para alcançar os efeitos terapêuticos desejados, minimizando os efeitos colaterais potenciais, como queimaduras na pele e aumento do risco de câncer de pele. Portanto, a xantotoxina só deve ser usada como parte da terapia com PUVA em contextos clínicos apropriados.

Referências Bibliográficas:

Brokke, M. E., & Christensen, B. E. (1958). Psoralene I: certain reactions of Xanthotoxin. The Journal of Organic Chemistry, 23(4), 589-596.

Hafez, O. M. A., Amin, K. M., Abdel-Latif, N. A., Mohamed, T. K., Ahmed, E. Y., & Maher, T. (2009). Synthesis and antitumor activity of some new xanthotoxin derivatives. European journal of medicinal chemistry, 44(7), 2967-2974.

Schönberg, A., & Sina, A. (1948). Xanthotoxin from the fruits of Ammi majus L. Nature, 161(4091), 481-482.

Skalicka-Woźniak, K., Zagaja, M., Głowniak, K., & Łuszczki, J. J. (2014). Purification and anticonvulsant activity of xanthotoxin (8-methoxypsoralen). Central European Journal of Biology, 9, 431-436.

Stemple, N. T., & Watson, W. H. (1972). The crystal and molecular structure of xanthotoxin, C12H8O4. Acta Crystallographica Section B: Structural Crystallography and Crystal Chemistry, 28(8), 2485-2489.

Wu, A., Lu, J., Zhong, G., Lu, L., Qu, Y., & Zhang, C. (2022). Xanthotoxin (8methoxypsoralen): A review of its chemistry, pharmacology, pharmacokinetics, and toxicity. Phytotherapy Research, 36(10), 3805-3832.

Wu, A., Lu, J., Zhong, G., Lu, L., Qu, Y., & Zhang, C. (2022). Xanthotoxin (8methoxypsoralen): A review of its chemistry, pharmacology, pharmacokinetics, and toxicity. Phytotherapy Research, 36(10), 3805-3832.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem