CIPÓ-CABELUDO: trepadeira indicada para o tratamento das vias urinarias, uretrites, nefrites infecciosas e cistites

 

Nome científico: Mikania banisteriae DC.

Sinonímias: Mikania almagroi Cuatrec., Mikania antioquiensis Hieron., Mikania banisteriae fo. lanuginosa (DC.) Steyerm., Mikania banisteriae fo. lehmanniana (Hieron.) Steyerm., Mikania banisteriae fo. subglabra (B. Robinson) Steyerm., Mikania banisteriae var. gabrieli (Baker) G.M. Barroso, Mikania bergantinensis V.M. Badillo, Mikania canaguensis V.M. Badillo, Mikania caudata Benth.

Família: Asteraceae.

Nomes populares:  cipo-almacega, cipo-almecega, cipo-almecega-cabeludo, cipo-caatinga, cipocabeludo, cipo-de-cerca, cipo-miluca, erva-dutra, guaco, guaco-cabeludo, guaco-de-cabelos, guaco-peludo, salsa-branca.

Origem: Nativa em quase todo o território brasileiro

Descrição botânica: Trepadeira de ramos lenhosos; ramos cilíndricos estriados castanhos, pubescentes. Folhas de membranáceas a papiráceas, quinquener-veas, oval-cordiformes, com até 10-22cm de comprimento por 5,5-14cm de largura; pecíolo hirsuto com 2,5-7cm de comprimento. Brácteas involucrais agudas, estriadas, glabras ou laxamente pilosas, frequentemente ciliadas na margem, com 5-7mm de comprimento.

Parte da planta para uso: folhas e parte florida.

Constituintes químicos:  ácido 2β,16α,17-triidroxi-ent-kauran-19-oico, ácido 3β,16α ,17-triidroxi-ent-kauran-19-oico, ácido 11α, 15β, diidroxi-7-O-β-D glucopiranosilen-tkaur- 16-en-19-oico e ácido 1α,15β, diidroxi-7-O-β-Dglucopiranosil- ent-kaur-16-en-19-oico. Além desses, foram isolados outros compostos já conhecidos - ácido 1,5-dicafeoil-quinico, ácido 2-O-glucosiloxi-4- metoxi-cinamico, fenetil álcool glucosídeo, fenetil- 1-O-β-D-apiofuranosil (1→ 2) β-D-glucopiranosideo (sayaendoside) e 3,6-diidroxi-β-ion-9-ol. O monoterpeno α-pineno e o principal componente do óleo de Mikania banisteriae. Além desse composto, o óleo essencial dessa espécie e constituído por: canfeno, sabineno, β-pineno, mirceno, p-cimeno , limoneno , formiato de benzila, α-terpinoleno , linalol, trans-pinocarveol , borneol, 4-terpineol , α-terpineol, mirtenal, verbenone , trans-carveol, safrol, α-cubebene , acetato de citronelil , α-copaeno , acetato de geranil , β-cubebene, β-cariofileno, α-humuleno , aromadendrene , aloaromadendreno (1,58%), δ-cadineno e guaiazuleno.

Formas de uso: Nos casos de afecções renais, de vias urinarias, uretrites, nefrites infecciosas, cistites e como diurético, recomenda-se o decocto, tintura ou xarope da planta inteira florida. A planta inteira e empregada como calmante, nas dores lombares, hipertensão, paralisias, nevralgias, nefrites, antirreumáticas, nas diarreias crônicas e como diurética. Para todos esses empregos, deve ser preparado um decocto ou infuso de 2 xicaras de café da planta picada para 1 litro de água, devendo-se tomar 3 xicaras de chá ao dia. A planta inteira também pode ser utilizada, na forma de cataplasma, para combater dores lombares, paralisias, nevralgias e reumatismo. Para isso, deve-se macerar uma xicara de chá da planta e misturar com uma xicara de chá de água fervente. Deixa-se em repouso por 10 minutos e, em seguida, mergulha-se um pano na mistura e coloca-o diretamente sobre a parte afetada. Esse procedimento deve ser repetido de 3-4 vezes ao dia. As partes aéreas quando com frutos tem uso em diarreias, paralisia, como febrífugo, em reumatismo e principalmente nas moléstias das vias urinarias. O caule e as folhas possuem propriedades diuréticas.

Indicações: ácido úrico, artrite, cistite, coceira, contusão, dores no corpo, frieira, gota, manchas da pele, nefrite, nevralgia, pielite, pedra na vesícula, reumatismo, vias urinárias.

Observações: Em estudos feitos nos anos 80, ficou demonstrado que o extrato da planta tem um poderoso efeito moluscicida. As partes aéreas quando com frutos tem uso em diarreias, paralisia, como febrífugo, em reumatismo e principalmente nas moléstias das vias urinarias.

Referências bibliográficas

CRUZ, G.L. Dicionário das plantas úteis do Brasil. 4.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1964. 599p.

CRUZ, G.L. Livro verde das plantas medicinais e industriais do Brasil. Belo Horizonte: [s.n.], 1965. 866p.

LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 512p.

REVILLA, J. Plantas úteis da Bacia Amazônica. Manaus: INPA, 2002. v.1.

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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